A chegada da pandemia obrigou todos os pais a ficarem em quarentena com seus filhos, sem poderem levá-los à escola e a encontros com amiguinhos. Com isso, ficou mais difícil encontrar atividades para fazer com os pequenos o tempo todo, e assim, muitos pais acabam deixando seus filhos mais tempo com os celulares e tablets na internet.
Apesar de essa ter se tornado uma boa saída para os pais que precisam trabalhar ou fazer outras atividades em casa, e manter os filhos distraídos em um local seguro, não se pode ignorar os perigos que o acesso ilimitado à internet oferece.
Se não forem tomados os devidos cuidados com a segurança na rede, as crianças ficam expostas ao contato com estranhos mal intencionados e a conteúdos de violência e pornografia, mesmo navegando em sites que parecem seguros.
Além disso, tem também a questão do excesso de tempo na internet, pois pode acarretar em problemas de saúde, prejudicando a visão, o gasto de energia, o desenvolvimento físico e cognitivo dos pequenos. Diante dessa situação, veja o que os pais devem fazer:
Tempo limitado na frente das telas
Conforme a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria, as crianças menores de 2 anos não devem ser expostas às telas de celulares, tablets e computadores. Já para as crianças de 2 a 5 anos, o limite deve ser de 1 hora por dia. Para os pequenos de 6 a 10 anos, o máximo é 2 horas ao dia. E a partir dos 11 anos, o limite pode aumentar para até 3 horas por dia.
Não é estabelecido um tempo de intervalo entre essas horas recomendadas para cada idade, mas certamente é mais interessante aos pais fazerem intervalos para que esse tempo diante da tela seja dividido em diferentes momentos do dia. A criança vai pedir para jogar ou assistir alguma coisa mais tarde, e aí terá um tempo de crédito ainda.
Porém, os especialistas recomendam não deixar a tela ligada durante as refeições nem algumas horas antes de ir dormir. Na hora de comer a criança deve estar concentrada no ato da refeição, e antes de ir dormir precisa reduzir os estímulos cerebrais para ter um sono de melhor qualidade.
Supervisão
Outra dica bem importante para esse tempo que as crianças estiverem conectadas é supervisionar o que elas estão fazendo. Claro, para os pré-adolescentes a partir dos 13 anos, que é a idade permitida pelas redes sociais para se fazer um perfil, os pais devem saber respeitar a privacidade. O limite sobre o que pode ser acessado deve ser combinado com o filho, em uma conversa pautada na confiança entre ambos os lados.
Mas, com os filhos menores de 13 anos, os pais devem manter um controle mais rígido, monitorando as telas, nunca para deixá-los desconfortáveis ou constrangidos, mas sim para alertá-los quando estão vendo algo inapropriado para a idade deles, ajudando-os a fazerem melhores escolhas.
Controle de acessos
Nem sempre os pais conseguem ficar o tempo todo de olho na tela dos filhos. É por isso que existem as configurações de privacidade e acesso nos sites, por aplicativos e nos próprios aparelhos. Então, eles devem ser configurados conforme o que você vai permitir ser acessado.
Para fazer o controle dos celulares, você pode baixar aplicativos como Google Family Link, AppBlock, Controle Parental Screen Time e Life360. Já nas redes sociais, o próprio site permite fazer configurações de segurança alterando as regras de privacidade dos perfis, restringindo downloads, comentários e acessos.
Sem neurose
Depois que você estabelecer as regras para o seu filho ou junto dele, não vale a pena ficar neurado, com medo o tempo todo. Nem tudo na internet é perigoso, e basta que você acompanhe os conteúdos que seu filho acessa para estar por dentro do que acontece.
Com os filhos maiores, a partir dos 6 anos, vale a pena conversar de forma natural, e sem deixá-lo constrangido, sobre o que ele está vendo ou sobre o que se interessa na internet. Assim, você consegue estar por dentro e guiá-lo da melhor forma, mantendo o respeito e a confiança entre vocês.