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Mulher traída usou a experiência para se tornar detetive particular

Ela se recuperou, descobriu muitas mulheres que passavam pela mesma situação e se comprometeu a ajudar

Crédito: Arquivo pessoal

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Eduarda Lima é uma jovem mulher empreendedora que conseguiu enxergar uma oportunidade de negócio em uma situação na qual a maioria das mulheres apenas ficaria arrasada.

Ela tinha um relacionamento estável até o dia em que descobriu que estava sendo traída. Foram quase 5 anos de namoro até a descoberta da traição. Na época, Eduarda já tinha uma empresa e uma vida financeira tranquila.

“Ele tinha muitas amigas e estava sempre viajando a trabalho. Desconfiada, passei a investigá-lo. Em pouco tempo, consegui provas de que as viagens não batiam com a agenda profissional. Descobri que ele ativava o Tinder quando estava em outras cidades, tinha casos com mulheres de fora e, por causa de um gasto no cartão de crédito, soube até que estava envolvido com garotas de programa.”

Assim como na maioria dos casos, o namorado confrontado disse que Eduarda estava louca e tirando aquelas ideias da cabeça, pois nada era verdade. Ela teve uma crise depressiva e sua empresa entrou em decadência. Voltou para a cidade natal e, com o apoio da família, conseguiu se reerguer.

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“Um dia, quando já estava com a vida mais estabilizada, entrei em grupo feminino no Facebook e vi a postagem de uma moça de 20 anos abrindo seu coração sobre um dilema amoroso. Ela estava noiva de um rapaz que dizia ser piloto de avião, mas acreditava que pudesse estar sendo enganada.”

Foi aí que Eduarda resolveu que precisava usar sua experiência para ajudar outras mulheres que pensavam estar sendo traídas. Ela começou com essa mesma moça do Facebook. Elas conversaram bastante, Eduarda pediu o perfil do namorado da moça no Instagram e começou a segui-lo.

Na mesma hora, o cara começou a seguir ela de volta e a curtir várias de suas fotos. Depois de ele ter agarrado a isca, Eduarda começou a puxar papo.

“Puxei uma conversa e fui reunindo diversas informações desencontradas. Paralelamente, puxei dados disponíveis em órgãos públicos. Descobri que ele não tinha sequer licença para dirigir, quanto mais pilotar um avião.”

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Quando Eduarda mostrou as provas do namorado farsante para a moça, ela terminou o namoro e agradeceu pela ajuda. Esse foi o primeiro caso de sucesso de Eduarda, e ela resolveu contar o que fez no mesmo grupo do Facebook. Foi assim que outras mulheres se interessaram no serviço que, agora, passaria a ser cobrado.

“Para atuar no primeiro caso como detetive, cobrei apenas R$ 50. Mas, quando me vi com 20 atendimentos simultâneos, fui obrigada a subir o valor. Acabei caindo em um nicho. Depois de ajudar uma amiga dos EUA, ela me recomendou para conhecidas que também vivem por lá e hoje tenho uma parcela de clientes que vive em Miami. Pouco a pouco, fui montando um pacote de serviços que inicia em R$ 500, mas aumenta de acordo com as especificações de cada caso.”

Com o negócio ficando sério, Eduarda viu a necessidade de se profissionalizar. Ela passou a ter o suporte de uma psicóloga para orientá-la nos casos mais delicados e para traçar perfis dos tipos de homens que investigava.

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“A partir das informações que as clientes nos traziam, montamos uma lista de 12 personalidades e definimos as estratégias através delas. A mais comum ainda é o cafajeste descarado: aquele que dá em cima fácil se outra mulher corresponde ao tipo físico que ele acha mais atraente — mas existem também os desconfiados, que demoram mais para corresponder às investidas.”

Depois de tornar o negócio mais profissional, a procura pelos serviços de Eduarda aumentou bastante e ela já não estava mais conseguindo atender sozinha. Então, começou a selecionar amigas que pudessem atuar junto com ela, recebendo todo o acompanhamento necessário para padronizar o serviço.

“Minha equipe deve passar muita credibilidade, por isso não usamos contas falsas. As ajudantes, que têm diferentes tipos físicos, utilizam seus perfis nas redes sociais para fazer as abordagens e não atuam de forma descarada. São orientadas a agir como mulheres reais, que estão paquerando. Nosso objetivo é marcar um encontro. Depois que o homem aceita, mandamos as provas para as clientes e damos um jeito de desmanchar a situação sem levantar suspeitas.”

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Nos dois primeiros anos, Eduarda chegou a atender mais de 400 casos. Claro, seu rosto ficou conhecido e ela precisou parar de atuar na linha de frente, então passou a gerenciar a equipe. Seus serviços foram procurados até para investigar uma pessoa pública em outro estado, e para esse ela cobrou R$ 10 mil.

“Por enquanto, sigo trabalhando. Nunca foi minha intenção que o negócio se transformasse em algo tão grande, que fosse chamada para abrir franquias, expandir tanto ou dar entrevistas. Mas, já que aconteceu, não pretendo desperdiçar a oportunidade”.

Eduarda Lima, 31 anos, Espera Feliz (MG), em depoimento para o UOL.

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