Mulher sem útero dá à luz primeira filha
Crédito: Time

Mulher sem útero dá à luz primeira filha

Transplante de útero fez com que ela pudesse realizar o sonho de ter uma filha

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Falaram para ela que nunca teria filhos e que um transplante era impossível, mas a ciência provou o contrário. Conheça a mulher sem útero que deu à luz sua bebê, depois de um longo e recompensador tratamento.

Algumas mulheres nascem sem o útero ou outras partes femininas, como o canal vaginal, uma doença rara chamada de síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser (MRKH). “Como os ovários estão presentes e funcionantes, essas meninas apresentam um desenvolvimento normal dos caracteres sexuais secundários, mas pode haver encurtamento ou mesmo ausência do canal vaginal”, explicam especialistas.

Além disso, o útero pode estar presente apenas em parte ou totalmente ausente, fazendo com que a mulher não possa engravidar. Geralmente, é descoberto em consulta ginecológica, questionando o porquê da menstruação não chegar. Para isso, é feito o exame clínico e também de imagem, como a ultrassonografia.

E foi aos 16 anos que Kayla Edwards descobriu que tinha a doença, mas com a notícia de que nunca teria filhos. Em outra consulta, depois de alguns anos e com outro médico, ela teve essa triste confirmação. Ela chegou a perguntar se havia a possibilidade de transplante, mas o médico disse que nunca seria possível. Ele certamente não contava com o desenvolvimento da ciência.

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Mulher faz transplante de útero para conseguir engravidar

Kayla tem hoje 28 anos e uma filha linda, que é não apenas um milagre, mas fruto de muito investimento em pesquisa. Ela faz parte de uma pesquisa, com fase em testes em humanos, junto com mais outras 19 mulheres. O objetivo é provar que o transplante de útero é possível, sim, e pode não somente dar bons frutos, como também se tornar comercial.

Todo o procedimento aconteceu em Dallas, no Texas. Kayla participou de uma seleção entre mais de 100 mulheres e foi escolhida para participar. Ela teve que passar por um transplante de útero, de uma doadora viva anônima, aguardar a adaptação e a menstruação, antes de engravidar. E deu muito certo! Hoje, ela está com sua filha Pearl, saudável e muito amada.

Ela e seu marido deixaram a cidade onde viviam e se mudaram para mais perto da clínica. Isso porque é um processo delicado, que deveria ser acompanhado de perto pela equipe médica da pesquisa. E valeu todo o esforço e cada segundo e centavo investido na mudança. O processo de transplante foi pago pelo financiamento da pesquisa.

Transplante de útero

O processo não é simples e requer excelentes condições de saúde, tanto física quanto mental da mãe. Isso porque ela terá que tomar muitos medicamentos, inclusive imunossupressores, além do fato de que pode não dar certo. O útero pode ser rejeitado pelo organismo e o processo todo desfeito, deixando apenas o sonho para trás.

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Sem garantia, mas com muita esperança, Kayla recebeu o útero de uma doadora anônima, que mais tarde se descobriu ser uma enfermeira de 31 anos. Antes disso, teve seu óvulo coletado e fecundado com o espermatozoide do marido. O embrião foi congelado, aguardando seu útero se adaptar perfeitamente.

Depois do transplante, ela não pode deixar de tomar os medicamentos e tem a possibilidade de ter duas gestações, antes de retirar o mesmo. A retirada é fundamental para que a mulher pare de tomar os remédios.

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