Moyamoya é nome de uma doença rara que afeta o fluxo de sangue no cérebro. Moyamoya significa “nuvem de fumaça” em japonês.
Foi dado esse apelido à doença por causa da aparência rala e esfumada dos vasos sanguíneos no exame de raio-x, vasos esses que se formam no cérebro para compensar o estreitamento dos vasos danificados pela doença, que não conseguem fornecer sangue o suficiente.
O nome em japonês se justifica porque 80% dos casos já diagnosticados ocorreram em pacientes japoneses, embora haja diagnósticos em pessoas de outras etnias.
A doença pode apresentar os primeiros sintomas logo na infância, mas há casos em adultos que não tiveram sintomas quando eram crianças.
É progressiva, ou seja, vai piorando com o passar do tempo, pois, ainda que o organismo crie novos vasos sanguíneos para compensar os danificados, eles não funcionam por muito tempo.
Sintomas
O principal risco dessa doença é o derrame cerebral. Os sintomas mais comuns são justamente de um derrame. Podem surgir de forma gradual e melhorar com o tempo, ou podem surgir de repente e não irem embora logo.
- Fraqueza de um lado do corpo
- Visão embaçada ou afetada de outra forma
- Fala arrastada
- Dores de cabeça
- Formigamentos
- Náuseas e vômitos
O derrame em si não costuma ocorrer em crianças, mas pode ocorrer em adultos depois de sentirem os sintomas. Por isso é muito importante ir ao médico assim que perceber um ou mais sintomas.
Causas
Por ser uma doença rara, a comunidade médica ainda não sabe ao certo sua causa. Mas, acredita-se que tenha influência genética e que pode ser desencadeada por lesões traumáticas. Dos casos já relatados em crianças, cerca de 7% apresentaram um defeito genético hereditário, como doença falciforme, Síndrome de Down, neurofibromatose e doença cardíaca congênita.
Tem cura?
A doença só é diagnosticada quando o paciente tem os sintomas. Antes disso, não há indícios preocupantes. Mas, assim que surgirem sintomas, ainda que sejam passageiros, é muito importante consultar um médico neurologista para fazer exames, evitando ser surpreendido por um derrame.
A moyamoya não tem cura, mas existe a possibilidade de fazer uma cirurgia de revascularização cerebral para que as áreas do cérebro que estão com vasos sanguíneos danificados possam receber o sangue necessário, evitando um AVC.
Ainda depois da cirurgia, há pacientes que não respondem bem porque a doença continua progredindo rápido. Então, precisam de outras cirurgias. Ou seja, mesmo operando, ainda não há como curar, pois nem dá tempo de a cirurgia funcionar.
No entanto, quanto mais cedo a doença for descoberta, melhor tende a ser o resultado da cirurgia. Por isso que é tão importante não ignorar os sintomas, mesmo se eles surgirem e forem embora rápido.
Nesse caso, o resultado da cirurgia pode ser bem satisfatório a ponto de o paciente não ter mais sintomas e levar uma vida normal, com baixíssimo risco de piora ou mantendo uma evolução bem lenta da doença, sem sofrer um AVC.
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