Dr. Peter Hotez, especialista em vacinas, disse em entrevista que o movimento antivacina está resultando em primeiras mortes.
A ideia cresce mundialmente, principalmente na Europa e na América do Norte. No Brasil, os adeptos estão surgindo, o que preocupa autoridades de saúde, já que a baixa na cobertura vacinal já é um cenário real. Segundo o Ministério da Saúde, em 2018, por exemplo, a vacinação da pólio teve cobertura vacinal de menos de 50% em 312 cidades brasileiras. Desde 1994, o Brasil está livre da poliomielite e esse certificado depende diretamente da adesão à vacinação.
História
“Há três doenças principais que me preocupam. Uma é a gripe e, claro, estamos chegando à temporada de gripe. A última temporada de gripe em janeiro/fevereiro de 2018, tivemos quase 200 crianças morrendo de gripe e mais de 80% dessas crianças não foram vacinadas, apesar das recomendações”, disse Peter, reitor da Escola de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina de Baylor, ao anfitrião Buck Sexton, do programa Rising, da Hill.TV.
“Então, pela primeira vez, agora estamos vendo mortes por causa desse movimento antivacina”, acrescentou. Os comentários de Peter chegam quando os americanos se reúnem para receber vacinas contra a gripe e quando um surto de sarampo atinge partes de Nova Jersey e da grande área da cidade de Nova York.
“Sarampo é frequentemente o primeiro que você vê porque é altamente contagioso, altamente transmissível. Então, quando você vê uma queda na cobertura vacinal, o sarampo é o primeiro percebido, e isso explica esse surto de sarampo que temos agora em Nova York e Nova Jersey”, disse Peter.
A NorthJersey.com informou na terça-feira que 75 casos de sarampo foram confirmados no condado de Rockland, em Nova York, enquanto Brooklyn registrou 24 casos confirmados e Nova Jersey teve 14 casos confirmados. Especialistas chamam isso de “o maior surto da doença em décadas”, com sarampo relatado em 26 estados, incluindo Califórnia, Flórida, Nevada e Texas.
A doença também foi responsável por 33 mortes em países da União Europeia em 2018, de acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças.
Por causa do excesso das falhas de vacinação, várias regiões do mundo foram atingidas nos últimos anos por doenças diversas. A Organização Mundial da Saúde recomenda que, além de administrar as vacinas dos bebês, adultos ou adolescentes que não tenham certeza de seu status imunológico devem tomar uma dose da vacina contra o sarampo antes de viajar para o exterior.
No início de 2019, a jornalista e ativista norte-americana contra vacinas Bre Payton morreu em decorrência de uma gripe suína (H1N1). Ela tinha quase 28 milhões de seguidores no Twitter e ganhou fama depois de se declarar antivacinas. A americana tinha 26 anos e o quadro de gripe foi agravado por uma meningite. Ambas as doenças podem ser prevenidas com vacinas.