Falar sobre a morte ainda é um tabu para muitas culturas, pois trata-se do desconhecido. Muitas pessoas divagam sobre como gostariam de morrer para não sofrer, já que o sofrimento é o primeiro medo, seguido pela dúvida do que vai acontecer depois. Sendo assim, será que se pode considerar que a forma menos sofrida de morrer seja a morte súbita? Depende, pois nem sempre ela acontece tão rápido assim. Saiba mais sobre as principais causas e se é possível evitá-la.
O que é?
Como o próprio nome indica, ela é imprevisível e por isso pode acontecer a qualquer momento e em todas as idades. Porém, é mais recorrente em pessoas idosas e, geralmente, já diagnosticadas com problemas cardíacos graves.
No entanto, é importante referir que também os jovens atletas e bebês podem ser alvo de uma tragédia desse tipo. Isso porque se considera que ela é qualquer evento que leve uma pessoa à morte de forma inesperada e relativamente rápida, podendo levar até 24 horas para que o óbito seja efetivado.
Ainda assim é importante ressaltar que não existe um consenso no campo da medicina sobre o que é exatamente. Alguns dizem que ela é uma morte que não se está esperando e que acontece muito rapidamente, através de sintomas que não foram identificados anteriormente nos pacientes.
Essa definição afasta causas como mortes violentas, homicídios, suicídios e acidentes, ou então doenças já previamente diagnosticadas nos pacientes, como infecções e câncer.
Outros defendem que esse é um evento que ocorre sem explicação e que leva à morte do paciente no tempo máximo de uma hora após os sintomas se revelarem. Aqueles que são encontrados mortos inesperadamente e sem explicação também podem ser incluídos nesse grupo, de acordo com essa definição.
Principais causas
Como não são conhecidas as causas, as vítimas devem sempre ser sujeitas a uma autópsia para determinar os verdadeiros motivos da morte.
Na maior parte das vezes, os problemas cardíacos são a causa para a esse tipo de morte repentina. Outras causas comuns são as complicações cerebrais, vasculares e pulmonares. Existem muitas outras causas para esse gênero de morte, tais como a asfixia, os choques elétricos, a ingestão acidental de veneno, entre outras. Mas o que você vai ver a seguir não são as causas acidentais, mas sim, as causas naturais desse tipo de morte.
Infarto fulminante
O infarto fulminante é a principal causa e é provocado por duas deficiências: a falência da bomba cardíaca e a alteração da condução elétrica do coração, conhecidas como arritmias. O infarto é frequente em pessoas mais velhas e propensas a esse problema, como diabéticos, fumantes e pessoas com problemas de hipertensão ou colesterol alto.
Arritmias malignas
Elas são deficiências na função elétrica do coração que vão alterar a forma como ele bombeia o sangue. Em um caso mais grave chama-se de fibrilação ventricular. Nesse caso, o coração não se contrai da melhor forma e o paciente sofre uma parada cardíaca. Algumas doenças podem provocar essas arritmias, como:
- Cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito;
- Síndrome de Brugada;
- Síndrome do QT longo;
- Prolapso da válvula mitral:
- Cardiomiopatia hipertrófica;
- Miocardite;
- Insuficiência cardíaca grave.
Os seus sintomas são as palpitações, dor no peito, taquicardia e hipotensão. Elas são reversíveis quando tratadas com um desfibrilador.
Embolia pulmonar
A embolia pulmonar acontece quando o paciente tem uma trombose nas pernas e um pedaço desse trombo se liberta e se dirige para os pulmões. Ele bloqueia a artéria pulmonar, provocando um infarto nos pulmões.
As doenças relacionadas à coagulação do sangue, a gravidez, a utilização da pílula anticoncepcional, a insuficiência venosa grave, traumatismos dos membros inferiores e cirurgias recentes das pernas são as principais causas desse evento.
Rotura de aneurisma
Existem dois tipos de aneurisma: cerebral e da aorta. No caso do aneurisma cerebral, quando o aneurisma se rompe, a causa da morte é a pressão intracraniana e a compressão do cérebro. No caso do rompimento do aneurisma da aorta, a morte é provocada por um sangramento maciço.
Acidente Vascular Cerebral
O AVC não provoca diretamente uma morte repentina, mas pode evoluir nesse sentido. O AVC ocorre habitualmente em pessoas idosas e com a hipertensão arterial não regulada.
Epilepsia
As pessoas que sofrem de epilepsia têm um risco maior de sofrer com esse problema do que aqueles que, aparentemente, são saudáveis. De acordo com as estatísticas, entre 2 a 18% das mortes súbitas são causadas por epilepsia. Quando as crises são compulsivas o risco aumenta, principalmente em doentes entre os 25 e os 40 anos.
Morte súbita em atletas
Essa relação com a atividade física é rara, mas cada vez mais comum. Ela está associada a pessoas jovens e aparentemente saudáveis, mas que sofriam de problemas cardíacos não diagnosticados. Embora mediática, essa morte em atletas é rara, acontecendo apenas com um em cada 300 mil esportistas.
Síndrome da morte nos bebês
A síndrome de morte súbita infantil, a SMSI, é a principal causa de morte entre bebês até o primeiro ano de idade. Isso acontece com bebês aparentemente saudáveis e a principal causa está relacionada com o sono. É rara no primeiro mês de vida, sendo mais comum entre o segundo e o quarto mês.
As causas não são certas, mas se pensa que entre elas possa estar o tabagismo da mãe, os quartos com temperaturas elevadas e o fato de os bebês compartilharem os quartos com os pais ou irmãos.
No entanto, o risco mais provável é o da posição em que o bebê dorme. Aqueles que dormem de barriga para cima apresentam probabilidades muito menores de passar por esse problema.
Dá para evitar?
Como ocorre de repente e muitas vezes sem motivo aparente, de modo geral não dá para evitar. Mas quando uma pessoa tem predisposição para esse evento, como as pessoas com pressão alta descontrolada, colesterol alto não tratado, doenças cardíacas e epilepsia, o que se pode fazer é manter essas doenças sob controle, diminuindo o risco da morte súbita.
Além disso, em muitos casos o óbito ocorre após algumas horas do início dos sintomas, como no caso de um infarto, então, se a pessoa tiver atendimento médico imediato, as chances de sobreviver são maiores.
Como socorrer alguém
Ao perceber que uma pessoa está sofrendo um ataque cardíaco ou uma crise epilética, por exemplo, o que se pode fazer para socorrê-la e tentar prevenir a morte é ligar imediatamente para o SAMU pelo número 192 ou levá-la prontamente ao hospital. Se houver uma parada cardíaca, também se pode tentar fazer uma massagem cardíaca para reanimá-la enquanto aguarda o SAMU chegar.