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Momo existe? Entenda o que é e como surgiu

Descubra a verdade por trás do desafio Momo, que criou pânico entre os pais de crianças

Crédito: Pexels

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Você já deve ter recebido em algum grupo de família ou amigos no WhatsApp algum vídeo infantil que é bruscamente interrompido por uma imagem realmente feia e mal feita, com mensagens com voz computadorizada, incentivando as crianças a se matarem. Essa é a Momo.

Ela na verdade não passa de uma foto editada, com adição de som, feita para assustar as crianças e causar pânico entre os pais. Certamente, alguma pessoa com péssima índole fez a edição e compartilhou em redes sociais como WhatsApp, Facebook e fóruns como os chans – voltados à violência.

A Momo original é apenas uma escultura muito feia – elaborada com materiais de baixa qualidade e que logo estragariam – feita para durar apenas alguns dias em uma exposição no Japão. Ela é a forma como a mente do artista Keisuke Aiso representa a mãe pássaro, uma figura do folclore japonês.

Ela era uma mulher que deu à luz ao filho e acabou falecendo, virando um pássaro, e por isso ela tem esse rosto esticado para baixo e um sorriso que vai de um canto a outro, como um bico. Além disso tem seios e duas pernas que parecem de galinha ou avestruz. De tão diferente, acabou virando uma exótica criatura para selfies durante a exposição.

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A origem

Crédito: Daily Mail

Assim como a Mula-sem-cabeça, Boitatá e a Cuca são personagens folclóricos que podem assustar as crianças brasileiras, com suas mais diversas interpretações, também em outros países se tem ícones que representam e disseminam a cultura local, como a mãe pássaro – a famosa escultura Momo.

Inclusive, o escultor Keisuke Aiso já afirmou que a estátua nem existe mais, pois foi se desmanchando ao longo do tempo. Ele já a destruiu e jogou fora. Tem apenas uma máscara mexicana que ele recebeu de um amigo que viajou para esse país no festival do Dia dos Mortos, com lindos e longos cabelos cacheados, melhor que a versão original.

E de onde veio toda essa repercussão, afinal? A internet é fonte democrática de conhecimento, aproxima as pessoas e promove mudanças sociais, mas pode também ser utilizada por mentes doentias, como sequestradores, pedófilos, crackers (usuários da internet que roubam dados e destruir sistemas operacionais) e – por que não dizer – psicopatas.

Certamente o caso da Momo está mais relacionado às pessoas com intenções ruins. Mas sua origem não é a dos vídeos infantis, tudo começou pelo próprio WhatsApp.

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Como viralizou

Crédito: Daily Mail

Em 2016, foi disseminado nas redes sociais que um determinado número de telefone era amaldiçoado e que as pessoas não deveriam ligar ou atender, nunca adicionando em sua galeria. Como toda boa psicologia reserva, muitas pessoas aderiram e se comunicaram com a tal Momo, ainda desconhecida.

Porém os criadores não tinham apenas o intuito de criar uma brincadeira de mal gosto, era um tipo de jogo, um desafio que, aos poucos, pedia para a pessoa ir fazendo coisas e postando para provar, como foi o caso da baleia azul há alguns anos.

Eram chantagens diversas, desde roubo de dados, ameaças às famílias e a ideia de que era uma criatura do mal que iria aterrorizar as noites de sono. Como os psicanalistas bem sabem, ela deve realmente ter aparecido em muitos sonhos, como uma forma de compensação da psique.

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Da mesma forma que ela apareceu, também perdeu a graça e sumiu.

Como voltou

Crédito: Daily Mail

Uma nova onda de eventos relacionados à Momo surgiu no mês de março de 2019, aterrorizando pais e crianças. A foto da escultura entrou em cena, devidamente recortada e cheia de efeitos de edição em vídeos infantis, como os de massinha ou da Peppa Pig.

De acordo com a revista Crescer, primeiro veículo de comunicação de grande porte a tratar do tema, os vídeos estavam passando no Youtube Kids, plataforma de vídeos dirigida para crianças. O Google, desenvolvedor do site divulgou um comunicado em que diz que não houve evidência de que o fato realmente aconteceu.

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E por onde as crianças tiveram acesso aos vídeos? E outras redes sociais! Você pode encontrar facilmente no Facebook e principalmente no WhatsApp. Eles são amplamente divulgados exatamente pelos pais.

Dicas para pais

Crédito: Pxhere

Na tentativa de alertar os outros sobre o caso, as pessoas têm compartilhado os vídeos, reforçando o objetivo inicial de criar pânico e alcançar cada vez mais pessoas, sejam pais que ficarão apavorados ou crianças, que certamente ficarão com medo, antes de compreender que não se passa de uma ‘brincadeira’ de mal gosto.

1. Aceite o medo como real

A Momo não existe, assim como o Curupira ou o Saci Pererê, mas isso não impede que a criança tenha medo deles. Não diga para seu filho que é bobagem e pronto, aceite o medo, acolha, abrace. Dê a proteção que ele precisa e, em seguida, explique a realidade.

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No coração e na mente da criança, as coisas acontecem de forma diferente, muito mais reais, coloridas e sonoras do que na do adulto. Por isso, o que parece levemente assustador para você pode ser aterrorizante para ela. Aceite que o medo existe e acolha.

2. Converse francamente

Depois que seu filho estiver mais calmo, respire e converse de forma calma e sincera, respeitando a idade e a capacidade de compreensão dele. Ou seja, não vai explicar termos complexos a crianças de 3 anos e nem ficar falando no diminutivo com uma criança de 8.

Explique que há pessoas boas e pessoas ruins e que esse vídeo foi feito por alguém desocupado que queria assustar crianças, como aquelas pessoas que se vestem de fantasma no Dia das Bruxas, só para aterrorizar.

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Se a criança já for mais madura e você sentir liberdade e segurança para tocar no assunto, fale também sobre a questão do suicídio e quem tem pessoas doentes envolvidas na produção desse vídeo.

3. Apresente as redes sociais sem fantasia

Se seu filho teve acesso ao vídeo, é porque tem acesso a redes sociais. E você já parou para conversar com ele sobre como funciona e dos riscos envolvidos?

A primeira coisa a deixar bem claro é que tem sempre uma pessoa por trás de tudo o que está na rede. Por exemplo, há uma pessoa escrevendo esse artigo – Oi! Sou Angela :).

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Todos os vídeos são filmados, editados e colocados na rede por pessoas reais. Até os youtubers famosos são pessoas reais. Claro que mostrando apenas o que eles querem que você veja.

Existe muita mentira, falta de responsabilidade e muitos perigos nas redes sociais e fora delas, então é bom deixar claras as famosas regrinhas de sobrevivência na net:

  • Não fale com estranhos;
  • Em jogos, use apelidos e não o seu nome;
  • Não diga onde mora, telefone, Instagram, Facebook para pessoas que conheceu online;
  • Não xingue, provoque ou fale mal de ninguém nas redes sociais;
  • Se sentir que tem algo errado, chame um adulto imediatamente.

Isso é o básico, mas cada família determina suas regras. O mais importante é ter um canal aberto de comunicação entre pais e filhos e não somente a imposição hierárquica, que pode levar a criança a deixar de dizer o que sente, por medo de ficar de castigo.

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4. Explique como funciona

Sabe aquelas divas maravilhosas que ensinam a fazer makes fantásticas? Elas acordam com mau hálito e cabelo bagunçado também. Quer saber de outra coisa? Elas também vão ao banheiro e fazem o número 2!

O primeiro ponto é tirar o glamour e mistério por trás do que acontece nas redes sociais, explicar o que é Photoshop, estúdio de fotografia e tudo o que se tem feito para tornar as coisas do dia a dia parecerem muito melhor do que elas realmente são.

Que tal dizer que a Momo não passa de uma foto de escultura feia, na qual alguém usou um aplicativo ou programa de computador para fazer com que sua boca se mexesse? Para complementar, mostre esse vídeo e outros relacionados.

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Aproveite e mostre alguns bons vídeos sobre como as coisas na internet podem ser fake, como esses aqui:

Comidas de propaganda

Modelos mais que perfeitas?

Fale também da possibilidade de denunciar conteúdo impróprio, sempre que virem palavrão, ofensas, preconceito e até maluquices como essa Momo, que tenta incentivar pessoas a se ferirem. Uma denúncia pode fazer toda a diferença, como o próprio Youtube explica nesse vídeo (ative a legenda em português):

5. Dê limites

Claro que devem haver limites definidos entre pais e filhos. Crianças que passam o dia em tecnologia têm maior risco de desenvolver problemas de visão e hiperatividade, então criem uma agenda, com o tempo determinado para mexer no celular, computador e também na velha televisão.

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Ainda melhor do que falar é dar o exemplo, então fique atento também aos seus hábitos enquanto usa as redes sociais.

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