Você com certeza já ouviu por aí muitos mitos e verdades das vacinas. Coisas que afirmam que as vacinas podem matar, causar câncer ou autismo em crianças pequenas. A desconfiança com o método preventivo não é de hoje.
No Brasil, durante o início do século XX, a Revolta da Vacina ficou mundialmente conhecida. Isso porque o povo se revoltou com a imposição do Governo Federal de obrigar as pessoas a tomarem a vacina da varíola. A desconfiança das pessoas deu início a ainda mais mitos e verdades das vacinas.
Na época, um sanitarista conhecido por Oswaldo Cruz fez o Congresso aprovar a Lei da Vacina Obrigatória, que permitia a aplicação do medicamento em civis mesmo à força. Apesar da revolta, essa ação acabou por erradicar a varíola no país.
5 Mitos e verdades das vacinas
Atualmente são mais de 30 as vacinas obrigatórias no Brasil. O intuito das campanhas é de imunizar as pessoas para evitar surtos de doenças ou o ressurgimento de epidemias. Contudo, volta e meia algumas pessoas têm problemas por conta das vacinas.
Infelizmente elas não são seguras a todos, porque algumas pessoas podem ser alérgicas ou sensíveis aos seus componentes. Por isso, veja abaixo alguns mitos e verdades das vacinas para se proteger e não cair em notícias falsas!
1. Se houver saneamento, as vacinas não serão mais necessárias
Esse é um grande mito. Por mais que você tenha cuidados com a saúde ou limpe bem a sua casa, as chances de contrair uma doença contagiosa não são completamente eliminadas. É claro que o saneamento básico ajudou a erradicar muitas bactérias e micro-organismos de amplo espectro.
Mas ainda existem vírus e bactérias resistentes que passam de indivíduo para indivíduo, independente dos cuidados com a higiene. Por isso as vacinas continuam obrigatórias e importantes.
2. Sou obrigado a tomar vacinas
Sim, todas as que estão no calendário básico, definido pelo Ministério da Saúde, são obrigatórias. O calendário foi imposto pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em 1973, durante a implementação do Programa Nacional de Imunização (PNI).
As vacinas desse calendário são todas gratuitas e podem ser solicitadas em qualquer posto de saúde, dentro ou fora do prazo estipulado pelo Governo conforme o ano. As vacinas só são evitadas em casos de apresentação de atestado médico por contraindicação.
3. Vacinas causam doenças
Muitas das vacinas possuem efeitos colaterais normais e informados no ato da vacinação. Porém, entre os muitos mitos e verdades das vacinas, permanece um mito de que os medicamentos possam causar doenças como autismo, câncer, entre outras.
Antes de uma vacina ser liberada para a população, ela passa por um processo enorme de verificação e de investigação. Quando ela finalmente chega ao posto de saúde, é porque já está verificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e foi propriamente testada.
A suspeita de que as vacinas poderiam causar autismo, popular nos anos 1990, foi derrubada. Mesmo assim, ainda circulam muitos textos na internet da campanha antivacinação alertando para esse perigo.
4. As doenças já estão erradicadas, por isso não precisa imunizar
Há um consenso de que se a doença foi eliminada a vacina deixa de ser necessária. Isso também é um mito. Mesmo que no seu Estado ou país a doença esteja erradicada, os agentes infecciosos que as causam ainda circulam em algumas partes do mundo.
É por essa razão que estrangeiros precisam tomar a vacina de Febre Amarela para entrar no Brasil. Ou que você pode ser obrigado a tomar outras vacinas para viajar para outros países.
5. A vacinação do HPV é desnecessária
O câncer do colo de útero, provocado pelo vírus HPV, é o terceiro que mais mata mulheres no Brasil. Para diminuir os riscos delas desenvolverem os tumores provenientes do vírus, cientistas desenvolveram uma vacina.
Mas a vacina só pode ser aplicada em um período específico da infância e da adolescência das meninas: entre 9 e 14 anos. O primeiro ano de imunização dessa vacina chegou a alcançar 92% do público-alvo no país, segundo dados do Ministério da Saúde.
O problema foi que as pessoas passaram a entender que a vacina era desnecessária depois de certa idade. A segunda dose foi aplicada em apenas 46% e sem ela a imunização não é total. Por causa dessa falha no PNI, o Governo aumentou a faixa etária para incluir mulheres até 26 anos.
Agora que você já conhece alguns mitos e verdades das vacinas, pode ficar mais tranquilo quanto ao assunto. Não deixe de se vacinar ou de imunizar seus filhos quando necessário. Na dúvida se uma vacina pode fazer mal a você, consulte um médico.
Quais são as vacinas obrigatórias?
Como foi dito, são quase 30 as vacinas obrigatórias que os brasileiros precisam tomar ao longo da vida. Se quiser, pode consultar aqui a lista completa. Imediatamente a seguir ao nascimento, os bebês já recebem a BCG (Formas graves de tuberculose, principalmente miliar e meníngea) e a vacina preventiva da Hepatite B.
Depois, até os 9 anos de idade são aplicadas ainda mais 22 vacinas e seus respectivos reforços. Na vida adulta, você só precisa manter em dia a antitetânica e as possíveis imunizações sazonais, como as vacinas da gripe.
Fonte: Câmara dos Deputados, Ministério da Saúde e Época