Antigamente, os nobres usavam e abusavam das colônias feitas à base de óleos essenciais para tentarem reduzir os maus odores do corpo. Para eles era um cuidado ainda mais importante do que é hoje, pois só tomavam banho de vez em quando e, pra piorar, eles usavam roupas pesadas e várias peças ao mesmo tempo, fazendo o corpo suar mais e gerar mais fedor.
Ao longo dos séculos, a evolução desse hábito deu origem aos desodorantes e antitranspirantes que as pessoas usam todos os dias, mesmo tomando banhos diários. Você sabe qual é a diferença entre esses dois produtos e conhece seus mitos e verdades para usar com segurança? Veja tudo isso a seguir.
Desodorante e antitranspirante são a mesma coisa
Mito. Ambos têm em comum a capacidade de promover um odor agradável às axilas e inibir temporariamente as bactérias que causam o mau cheiro, através de um composto antisséptico, como álcool e triclosan.
Mas o antitranspirante tem uma função extra de bloquear os poros por onde sai o suor nas axilas. Ao fazer esse bloqueio, o produto não só impede que o suor saia e molhe a pele e a roupa, como também evita que o suor entre em contato com as bactérias que estão na pele e são as responsáveis pela produção do mau cheiro.
Desodorantes e antitranspirantes podem ser usados por crianças
Mito. Não é recomendado o uso desses produtos em crianças, pois não há necessidade de expor o corpo delas aos compostos químicos desses produtos.
Embora existam produtos próprios para crianças com alguma necessidade especial de usá-los, ainda assim eles contêm químicos que podem causar irritações na pele sensível dos pequenos.
Os desodorantes e antitranspirantes são especialmente recomendados a partir da pré-adolescência, quando começam a surgir os pelos e a mudança de odores no corpo.
A ANVISA determina que antitranspirantes e produtos no formato em aerossol não sejam liberado para o público infantil antes dos 12 anos.
O alumínio presente nos desodorantes faz mal à saúde
Verdade. Se for usado em grande quantidade, de forma contínua e prolongada, um desodorante ou antitranspirante vai gerar um acúmulo de alumínio e outros químicos no corpo.
Essa entrada de alumínio acontece de forma mais intensa em quem se depila e logo depois aplica o produto, ou quem está com algum machucado aberto na parte da pele onde vai aplicar o produto. O alumínio também entra no corpo ao respirar o aerossol enquanto está aplicando na pele.
A dose semanal tolerável de alumínio no corpo é de 1 mg por quilo de massa corporal. Mas, não é só o desodorante que faz ter alumínio dentro do corpo. Vários alimentos também fazem isso, inclusive os saudáveis, além de medicamentos, as panelas e cosméticos.
O alumínio em excesso pode desencadear problemas mentais (demência, Alzheimer, etc.) e até autismo em bebês ainda no ventre da mãe. Além disso, pode causar fadiga crônica, dificuldade de concentração, depressão, ansiedade, insônia, tosse excessiva e outros problemas.
Pode usar desodorante e antitranspirante mais de uma vez por dia
Verdade. Apesar de aumentar a concentração de alumínio no organismo, os fabricantes dizem que é seguro usar o produto duas ou três vezes ao dia, conforme necessidade. Claro, é preciso ter bom senso. Se o produto não estiver resolvendo o mau odor ou o excesso de transpiração, o melhor a fazer é ir ao médico para ver se há algum problema a ser tratado, como bromidrose ou hiperidrose.
Minâncora, Leite de Rosas e Leite de Magnésia são bons desodorantes
Verdade. Esses produtos são usados há mais tempo, desde antes de surgirem os desodorantes e antitranspirantes que existem hoje, mas, não funcionam com todas as pessoas ou em qualquer situação.
A Minâncora tem os ativos óxido de zinco, cloreto de benzalcônio e cânfora. Ela é antisséptica, adstringente e cicatrizante. O Leite de Rosas tem óxido de zinco, cloreto de benzalcônio e álcool, enquanto o Leite de Magnésia tem hidróxido de magnésio com água.
Todos esses produtos servem como antissépticos e, por isso, funcionam como um desodorante mais suave que pode servir em certas ocasiões, quando a pessoa não for suar muito.