Já falamos aqui sobre uma empresa sueca que lançou um microchip para gravar o passaporte vacinal. Mas, essa ideia do microchip já existia para outras finalidades.
Um holandês chamado Patrick Paumen, de 37 anos, tem um microchip implantado abaixo da pele, em sua mão esquerda, e o usa quando precisa fazer qualquer tipo de pagamento, sem precisar de cartão, dinheiro ou aplicativo de celular.
Segundo Paumen, “o procedimento dói tanto quanto um beliscão na pele”, e ele conta que as reações das pessoas são engraçadas quando veem ele usando a mão para pagar suas despesas em qualquer estabelecimento.
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A empresa criadora do microchip para pagamentos
A empresa anglo-polonesa Walletmor diz que se tornou, em 2021, a primeira empresa a colocar à venda um microchip de pagamento implantável.
“O implante pode ser usado para pagar uma bebida na praia do Rio, um café em Nova York, um corte de cabelo em Paris — ou no supermercado local”, diz o fundador e presidente-executivo Wojtek Paprota. “Ele pode ser usado onde quer que pagamentos sem contato sejam aceitos.”
O chip pesa menos de um grama e é pouco maior do que um grão de arroz. Dentro dele há um microchip e uma antena envolta em um biopolímero, que é feito de origem natural.
Paprota diz que o chip é totalmente seguro, tem aprovação regulatória e funciona imediatamente após ser implantado. Também não requer bateria ou outra fonte.
Outros implantes de pagamento são baseados em identificação por radiofrequência (RFID), que é a tecnologia normalmente encontrada em cartões de débito e crédito físicos por aproximação.
Mas, o microchip da Walletmor é feito com uma tecnologia que usa a comunicação de campo próximo ou NFC, em inglês – o sistema de pagamento por aproximação em smartphones.
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Paumen não tem insegurança quanto suas informações
Quando se fala em implantar microchip na pele, muitas pessoas ficam com medo de terem suas informações pessoais roubadas ou sua vida rastreada.
Mas, esta não é uma preocupação de Paumen, que já tem vários outros chips em seu corpo, servindo com um “biohacker”, como ele mesmo gosta de dizer.
“Os implantes de chip contêm o mesmo tipo de tecnologia que as pessoas usam diariamente, desde chaveiros a destrancar portas, cartões de transporte público ou cartões bancários com função de pagamento sem contato.”
Ele explica que o microchip só funciona a determinada distância, então, é seguro.
“A distância de leitura é limitada pela pequena bobina da antena dentro do implante. O implante precisa estar dentro do campo eletromagnético de um leitor RFID [ou NFC]. Somente quando há um acoplamento magnético entre o leitor e o transponder o implante pode ser lido.”
A especialista em Tecnologia Financeira, Theodora Lau, diz que os chips de pagamento implantados são apenas “uma extensão da internet das coisas”. Ou seja, trata-se de uma nova maneira de conectar e trocar dados.
Então, existe sim um risco, futuro, de ter seus dados acessíveis dessa forma, quando os chips começarem a carregar mais informações pessoais.
Mas, “Quanto estamos dispostos a pagar por conveniência? Onde traçamos a linha quando se trata de privacidade e segurança? Quem protegerá a infraestrutura crítica e os humanos que fazem parte dela?”, indaga Lau. Vamos ver o que o futuro reserva e continuar nos atualizando.
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Fonte: BBC Brasil