Se você já ouviu falar em Metaverso, mas até agora não entendeu bem o que é isso, vamos explicar de onde veio esse nome, como funciona e quais os planos das grandes empresas para transformá-lo em uma realidade paralela, com economia própria e tudo.
O que é o Metaverso?
O Metaverso é como uma nova camada da realidade, que mistura o mundo real e o virtual. Trata-se um ambiente virtual imersivo, criado com tecnologias como realidade virtual, realidade aumentada e hologramas, no qual as pessoas poderão interagir umas com as outras, trabalhar, estudar e ter uma vida social por meio de seus avatares em 3D (bonecos virtuais customizados).
O Metaverso ainda está começando para nós, que somos o público final. Mas acredita-se que, quando estiver pronto, muita gente vai passar a “viver” nesse mundo virtual, ou seja, conectadas na internet vivendo uma vida paralela.
De onde veio esse nome?
O termo metaverso foi cunhado pelo escritor Neal Stephenson em seu livro de ficção científica “Snow Crash”, publicado em 1992. A obra conta a história de “Hiro Protagonist”, personagem que na “vida real” é um entregador de pizza, mas no mundo virtual – chamado na história de metaverso – é um samurai.
Depois disso, surgiram outros livros e filmes abordando essa temática, ainda que não tenham usado o termo metaverso para se referir a esse mundo paralelo. Alguns exemplos são os filmes da franquia Matrix e o romance futurista “Ready Player One” (Jogador Número 1), escrito por Ernest Cline em 2011, e que em 2018 virou filme dirigido por Steven Spielberg.
Na obra, os personagens vivem em um mundo distópico e, para fugir da realidade, costumam passar horas e horas no OASIS, um simulador virtual que dá a eles a possibilidade de serem o que bem entenderem.
A sociedade no metaverso já está começando
O que mais está fazendo o Metaverso virar assunto popular é que muitas empresas já estão investindo, comprando lotes, produzindo roupas, transportes, alimentos, serviços, tudo igual na vida real, mas para essa vida virtual. É um novo mundo mesmo, que você vivencia enquanto está sentado na frente da sua tela, em qualquer lugar do mundo real.
Foi essa possibilidade de ter uma economia própria que fez o Metaverso sair na frente de outros projetos que não deram certo, como o Second Life, lançado em 2003 pela empresa Liden Lab, dos Estados Unidos. O game é um ambiente virtual 3D que simula a vida real. Ao entrar, os usuários podem criar avatares e socializar uns com os outros.
Mas, no Second Life as pessoas não tinham como ganhar dinheiro ou mesmo ter uma propriedade virtual, algo que, no Metaverso, é possível. Então, não existem barreiras para chegarmos a essa evolução da internet que, na verdade, vai mudar a nossa forma de viver.
Empresas que estão investindo no Metaverso
Uma das empresas que reforçou a curiosidade popular sobre o Metaverso, recentemente, foi o Facebook, quando anunciou a mudança de nome da empresa para Meta. Em carta divulgada ao público, Mark Zuckenberg explicou o motivo da mudança:
“Hoje somos vistos como uma empresa de mídia social, mas em nosso DNA somos uma empresa que constrói tecnologia para conectar pessoas e o Metaverso é a próxima fronteira, assim como a rede social foi quando começamos”.
E justificou a grandiosidade desse projeto com todas as possibilidades que ele vai proporcionar: “No Metaverso, você será capaz de fazer quase tudo que você possa imaginar – reunir-se com amigos e família, trabalhar, aprender, brincar, fazer compras, criar – bem como ter experiências completamente novas que realmente não se encaixam em como pensamos sobre computadores ou telefones hoje”.
No início de 2021, a Microsoft colocou no mercado o Mesh, uma plataforma que permite a realização de reuniões com hologramas. Também criou avatares 3D para o Teams, sua ferramenta de comunicação.
A empresa Nvidia (multinacional de tecnologia) anunciou em agosto o NVIDIA Omniverse, uma plataforma colaborativa de simulação. Nela, designers, artistas e outros profissionais podem trabalhar juntos na construção de metaversos.
O Banco do Brasil também resolveu começar a testar, por meio de jogos on-line, com será a vida no Metaverso. No final de 2021, a empresa lançou uma experiência virtual dentro do servidor do game GTA. No jogo, o gamer pode ir na instituição bancária e abrir uma conta para seu personagem – é possível até trabalhar como abastecedor de caixa.
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A economia virtual própria do Metaverso
Para que qualquer tipo de negócio seja feito no Metaverso, precisa existir uma economia virtual própria. A blockchain (banco de dados público e descentralizado), as criptomoedas e os NFTs (sigla em inglês para tokens não fungíveis) dão suporte para isto. Por meio delas, é possível movimentar valores e realizar o registro de propriedades virtuais.
A blockchain tem tudo para ser a base da economia do Metaverso. Essa tecnologia, que nasceu com o Bitcoin (BTC) no final de 2008, permite a criação de registros imutáveis sem a necessidade de uma terceira parte, e é uma ótima ferramenta para governança.
Já as criptomoedas seriam os meios de troca dessas plataformas. Já existem alguns projetos em andamento que utilizam cripto, como os games Decentraland (MANA), Sandbox (SAND) e Axie Infinity (AXS).
Os NFTs, por fim, servem para registrar e negociar propriedades e itens virtuais. Os tokens não fungíveis são certificados digitais que qualquer um pode ver e confirmar a autenticidade, mas ninguém pode alterar.
Artigo com informações de Infomoney