Muitos pais acreditam que contar mentiras aos filhos não faz mal e não vai influenciar no senso de ética deles.
De fato, existem algumas mentirinhas que não prejudicam, como quando a criança ainda é muito pequena e precisa de um motivo para obedecer. Claro, desde que isso não vá prejudicá-la ou criar algum trauma, como a invenção de um bicho-papão.
Mas a partir dos 3 anos de idade as crianças já entendem quando são enganadas. Além disso, prestam atenção nas atitudes dos pais, acreditando que tudo o que eles fazem é certo. Logo, se eles mentem, o correto é mentir.
Então, pense muito bem antes de contar qualquer mentira ao seu filho, pois ao invés de ser uma atitude inofensiva que ele vai esquecer, pode ser perigoso para o desenvolvimento dele. Veja alguns exemplos de mentiras perigosas e como substitui-las por atitudes corretas.
1. O Papai Noel está vendo seu mau comportamento
Para os pais que escolhem deixar o filho acreditar em Papai Noel, a ideia deve ser de uma figura mágica, encantadora e do bem. Essa figura não deve servir de chantagem para seus filhos lhe obedecerem.
O melhor a fazer, quando eles estiverem se comportando mal, é dar uma consequência realista ao mau comportamento que poderá ser usada sempre, mesmo depois que eles descobrirem que Papai Noel não existe. Sua educação será mais eficaz assim.
2. Esse lugar que você quer ir está fechado
Parquinho, sorveteria, seja qual for o local que o seu filho deseja ir e você não tem tempo ou não quer levá-lo, não minta dizendo que está fechado. Um dia seu filho vai descobrir que os locais estão abertos e você mentiu porque não queria levá-lo.
O melhor a fazer é ser honesto e dizer que, naquele momento, você não pode levá-lo até lá. E não caia na besteira de prometer que vai levar em tal dia, mas depois não cumprir. Seu filho vai confiar na sua palavra e não vai se decepcionar porque você nunca dará motivos para isso.
3. Nunca vou deixar algo ruim acontecer a você
Não prometa o que não pode cumprir. Mesmo que você tenha o completo desejo de proteger seu filho de todas as coisas ruins, é impossível fazer isso. Inclusive, pode ser que algo aconteça ao seu filho que, na visão dele, é muito ruim, mas que na sua não é. Ele vai pensar que você deveria tê-lo protegido e deixará de confiar plenamente na sua palavra.
4. Não vai doer
Quando seu filho vai fazer um exame de sangue, tomar uma vacina, ou quando você vai levar sua filha para furar a orelha, não adianta dizer que não vai doer, porque vai. Para você é só uma picadinha, mas para a criança é uma dor e ponto final.
Mais uma vez, use a honestidade a seu favor para preservar a visão de confiança que seu filho sempre terá de você. Diga que vai doer um pouquinho, mas seu filho é forte e logo vai passar. Lembre-o que é por um bom motivo.
5. Eu já volto
Para uma criança, 5 minutos de espera é uma eternidade. Nunca diga que já vai voltar se pretende demorar. “Já volto” é o que se diz quando você vai levar o lixo para fora. Prefira sempre dar uma estimativa mais realista, mesmo que seu filho não tenha uma noção de tempo bem formada, pois isso reforçará a confiança que ele tem em você, além de ajudá-lo a desenvolver essa noção de tempo.
Pode parecer exagero, mas quando a criança espera que você volte em poucos minutos e isso não acontece, ela pode se sentir abandonada. Esse sentimento é devastador, principalmente se seu filho é apegado a você e ficou em casa sozinho ou com alguém que não é uma boa companhia para ele. Essa é uma mentira perigosa para a saúde emocional do seu filho.
6. Não vou contar seu segredo a ninguém
Se quiser destruir a relação de confiança com uma criança, conte para alguém algum segredo que a criança lhe contou. A traição da confiança é algo que não se faz com ninguém. Quando se faz com um adulto, o dano é menor porque ele sabe que precisa apenas se afastar.
Mas, quando se faz com uma criança e ela descobre, a mágoa é profunda e ela nunca mais confiará na sua palavra. Aliás, como descobriu que não pode confiar na pessoa mais importante para ela, achará que não pode confiar em mais ninguém.
