Existem muitos tipos de mães, desde as superprotetoras até as avoadas que chegam a esquecer o filho em casa quando saem. Não significa que não existe amor nessas relações, mas significa que não há o equilíbrio necessário para estabelecer uma relação saudável, baseada na amizade, na confiança e no respeito mútuo.
Mesmo que você não esteja em um desses extremos, existem formas de melhorar a relação entre mãe e filho, a fim de aumentar a confiança, o respeito e a amizade. Quando a mãe atinge esse patamar de relação com seus filhos, eles se desenvolvem mais encorajados e mais felizes.
Respeitar para ser respeitada
Toda mãe deseja que o filho a respeite. Mas respeito é bem diferente de medo. Antigamente, o mais comum era criar as crianças à base do medo, da surra, sem dar importância às vontades da criança, como se ela não tivesse personalidade.
Mesmo para as mães que foram criadas dessa forma, existe uma saída. Não precisa repetir com seu filho os erros que foram cometidos com você. A dica é simples e vale para qualquer relação: trate os outros como gostaria de ser tratada. Com seu filho não é diferente.
E isso também serve para a forma como você trata seu filho na frente dos outros. Nunca fale da vida pessoal do seu filho para os outros, principalmente sobre assuntos íntimos. Nunca maltrate ou envergonhe seu filho na frente dos outros, pois ele se sentirá humilhado, e isso pode afetar a relação entre vocês de forma permanente.
Respeitar o espaço do filho
Respeitar o seu filho, não apenas vai fazer ele respeitá-la, mas também confiar em você. Então, não invada o espaço privado dele a partir da idade em que ele começa a precisar de privacidade (na pré-adolescência).
Você pode usar a justificativa de que está preocupada, quer saber o que seu filho está fazendo, mas nada disso justifica ler o diário dele, vasculhar os armários dele, mudar as coisas de lugar no quarto dele. Você é mãe, mas vocês são dois indivíduos separados.
Esse tipo de comportamento da mãe só é aceito quando o filho está com a saúde mental afetada e realmente precisa de ajuda, ou quando é portador de alguma necessidade especial. Do contrário, não minta, não engane, não invada o espaço do seu filho.
Estar presente nos momentos bons e ruins
Para construir uma relação forte e saudável, é preciso estar presente. A partir do momento em que você deixar de participar da vida do seu filho, o coração de vocês vai se afastando, o interesse do seu filho na sua companhia vai se perdendo.
Estar presente é vibrar com as conquistas do seu filho – inclusive as mais simples e pequenas, é estar ali para aconselhar quando ele pedir ajuda, é oferecer um abraço quando ele estiver triste. É, também, saber esperar quando ele estiver precisando ficar sozinho. É importante estar por perto, mas sem sufocar, sem forçar seu filho a falar.
Reservar um tempo para ficarem juntos
Estar presente vai além de uma situação específica. “Fazer nada” juntos também é importante, conversar sobre algo do interesse de vocês, de forma leve, do mesmo jeito que você faz com seu parceiro(a) ou amigos.
Quando os filhos são pequenos, é bem importante reservar um momento de lazer para passarem juntos, e pode ser uma vez por semana. Pode ser um passeio, um cinema, ir ao parque, visitar alguém que seu filho gosta.
A dica para os pais que têm mais filhos é tentar fazer isso com cada filho separado, pois quando estão todos juntos fica difícil dar atenção plena a cada um deles. É nesse momento juntos que você terá a oportunidade de ouvir seu filho e dar a ele o sentimento de estar sendo valorizado como indivíduo.
Incentivar e encorajar
Todo mundo gosta de ter por perto alguém que incentiva e encoraja. Esse é um dos papéis principais de toda mãe, pois é essencial para a formação do caráter e da autoestima do filho.
Se você não fez isso o bastante quando seu filho era pequeno, comece a fazer agora, sempre que tiver a oportunidade.
O filho precisa saber que sua mãe está ao lado dele para dar aquela palavra de apoio, ajudar a enxergar as vantagens e desvantagens de uma escolha, dizer que ele é capaz e vai conseguir.
Conhecer a personalidade e os gostos do filho
A dica anterior só pode ser colocada em prática quando a mãe está por dentro da vida do seu filho. Isso não quer dizer invadir a privacidade dele e não deixá-lo fazer nada sozinho. Quer dizer prestar atenção enquanto ele vive.
Ou seja, observar o que ele gosta e não gosta de comer, seus brinquedos preferidos, músicas e programas preferidos, o que o deixa nervoso, irritado, com medo e alegre. Conhecer a personalidade e os gostos do filho é essencial para saber aconselhá-lo e estreitar a relação com ele.
Saber ouvir
É comum a mãe tomar uma postura de líder para que seu filho tenha confiança no que ela diz. Mas isso não significa que a mãe tem que fingir saber de tudo. É um erro ter o hábito de “adivinhar” o que seu filho vai dizer, e usar termos como “não quero saber”, “não quero ouvir”, “fica quieto”. Como é que você vai avaliar o caráter que está formando no seu filho, se não deixá-lo falar o que pensa e ouvir com atenção tudo o que ele tem a dizer?
Ser sincera, sem ser grosseira
A mãe (quase sempre) é a pessoa que mais acompanha a vida do filho, especialmente enquanto ele ainda é criança e adolescente. Para o filho, a mãe é como um guru: ela sabe de tudo e é a fonte mais confiável para tirar dúvidas.
Mas, se o filho notar que a mãe tenta protegê-lo demais, camuflando os problemas e os seus defeitos, ele vai deixar de vê-la dessa forma. Só vai perguntar algo a ela, quando quiser ouvir coisas boas.
A mãe precisa saber falar a verdade, ser sincera, sem ser grosseira. Afinal, é dela que o filho vai ouvir as verdades da vida e aprender a lidar com muitas frustrações. A mãe precisa oferecer esse treino de “enfrentamento da sinceridade alheia” ao seu filho.
Se a mãe souber fazer isso com respeito, o filho irá confiar cada vez mais nos seus ensinamentos, e se manterá por perto para pedir conselhos quando precisar.