Uma mulher de 45 anos e 1,52m de altura, já estava pesando 150 quilos por conta de um tumor de 46kg que carregava há cerca de 5 anos na região abdominal.
Agora, finalmente, sua angústia terminou. Em uma cirurgia delicada, os médicos do Hospital São José do Avaí, em Itaperuna, no Rio de Janeiro, removeram o tumor de 46kg da mulher, dando a ela uma nova vida.
“Foi o maior tumor que eu operei e certamente um dos maiores que alguém já operou. Não é todo dia que se faz uma cirurgia de um tumor desse tamanho, não”, disse o médico-cirurgião Glaucio Boechat em entrevista ao UOL.
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Tumores gigantes são raros e têm a característica de se desenvolver ao longo dos anos. Por isso, o diagnóstico tende a acontecer quando a doença está em estágio avançado e há a formação de uma grande massa.
“Quando um tumor cresce muito rapidamente, não tem local para acomodar, fica muito sintomático e isso leva a diagnósticos mais precoces. Esses tumores gigantes, muito provavelmente, tiveram tempo para ir crescendo e se acomodando na cavidade abdominal e chegaram a esse tamanho e peso”, explicou a oncologista Angélica Nogueira Rodrigues, doutora pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer) e membro da SBOC (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica), para o UOL.
Outra característica dos tumores gigantes é que eles não costumam gerar metástase, ou seja, se espalhar para outros órgãos. Eles ficam apenas no acúmulo de massa que formam.
“Um tipo de tumor que se apresenta dessa forma são os sarcomas, neoplasia rara que se origina de tecidos como gorduras e músculos lisos”, comentou o cirurgião oncológico Héber Salvador, presidente da SBCO (Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica). Tumores que começam nos ovários também são associados aos casos de manifestações gigantes.
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A pessoa acometida por um tumor gigante começa a apresentar sintomas quando a compressão da massa dificulta o funcionamento de outros órgãos. Até então, ela pode não sabe que o tumor está ali.
Claro, no caso dessa mulher, o tumor de 46kg já estava grande o bastante para ela saber que havia algo errado com sua saúde. Mas, por ser uma cirurgia muito delicada, levou tempo até que pudesse ser realizada.
A cirurgia demorou duas horas e a paciente está estável, respirando sem a ajuda de aparelhos e conseguindo se alimentar. “Foram cerca de 13, 14 pessoas só no centro cirúrgico. O hospital todo se mobilizou para realizar o procedimento dessa paciente. Agora, é esperar essa resposta ao trauma para ir ao quarto e darmos alta para casa”, informou Glaucio Boechat.
Nos próximos dias, o resultado da biópsia vai indicar detalhes da doença, como em qual órgão ela começou — a suspeita inicial é de que tenha sido no útero.
Fonte: UOL Viva Bem