Quando passamos pela sofrida experiência da perda de alguém muito importante, uma das formas de lidar com o luto é fazer uma homenagem. Assim, sentimos que estamos honrando a memória de quem não queríamos ter que nos despedir.
Para o casal Felipe Bezerra e Maria Cristina Freitas (a Kiki), desde 2017 a vida estava sendo um perfeito conto de fadas. Eles viviam um “amor roxo”, como os amigos próximos diziam. Namoraram por um ano, noivaram na Disney, tiveram um casamento dos sonhos e engravidaram do Antônio.
A gestação foi tranquila até a hora do parto. Naquele dia, a vida de Felipe estava prestes a mudar da água para o vinho, de uma forma que ele nunca poderia imaginar.
Veja também: Mulher que perdeu o marido honra legado dele em ajudar ao próximo
Um momento devastador
Ver essa foto no Instagram
Felipe e Kiki estavam muito felizes com a gravidez, que estava indo muito bem, sem qualquer contratempo.
No dia do parto, eles foram para a maternidade, como estava planejado. Porém, já no hospital, Kiki se sentiu mal e a equipe precisou fazer o parto às pressas.
“Nosso filhinho, aparentemente, ficou em sofrimento e foi retirado com o auxílio de um vácuo extrator. Ele nasceu sem batimentos cardíacos e foi reanimado, bem próximo da gente”, relembra Felipe.
Mesmo após o parto, Kiki não se sentiu melhor. “Eu presenciei tudo, pois estava junto da Minha Kikizinha a todo momento, segurando sua mão, dando beijos e dizendo que a amava muito”, conta.
A maternidade não tinha UTI. Felipe foi retirado da sala para que os profissionais tentassem salvar a vida de sua esposa.
Depois de 30 minutos tentando reanimá-la, a equipe deu a Felipe a notícia mais impactante da sua vida: a sua esposa não resistiu e faleceu.
“Chorei de desespero no corredor. Meu mundo desabou! Quantas vezes falei para ela que não conseguiria viver sem ela e agora essa seria minha nova trágica realidade”.
Ver essa foto no Instagram
Felipe pensou que aquela experiência não poderia ficar mais desoladora, afinal, ele havia perdido o grande amor de sua vida.
Mas, cinco dias após o parto, o pequeno Antônio também não resistiu. “Infelizmente nosso anjinho também não resistiu e foi para os braços da sua mãezinha”.
Veja também: Ideias de tatuagem-homenagem para quem já se foi
A homenagem para se reerguer
A dor do luto é indescritível e há quem diga que não tenha uma cura completa. Felipe concorda. “Dizem que com o tempo a dor diminui, mas a verdade é que a gente apenas aprende a se adaptar à eterna dor”.
Mas, apesar da dor pela saudade da esposa e do filho, Felipe sabia que precisava encontrar motivos para se reerguer e seguir em frente.
Foi assim que surgiu a música e o clipe em homenagem a Kiki. “Tentei criar novos sentidos para minha vida e o maior deles foi honrar o legado da minha esposa, o nosso amor roxo e o fruto desse amor”. Assista abaixo:
Ver essa foto no Instagram
Criação da ONG Associação Kiki Freitas
Além do clipe em homenagem à esposa, Felipe ajuda uma associação que leva o nome da esposa. Kiki era coordenadora do curso de Odontologia e do curso de Radiologia no Centro Universitário UniFacid, em Teresina. Ela fez mestrado e doutorado na USP.
A professora orientadora de Maria Cristina, Dra. Fidela Navarro, criou a Associação Kiki Freitas em lembrança a ex-aluna.
O objetivo da ONG é transformar escolas públicas abandonadas, sem verbas e políticas públicas, em Escolas Promotoras de Saúde, prestando atendimentos gratuitos para as crianças carentes. O projeto já está sendo implantado pela Profa. Fidela em duas escolas públicas de Bauru (SP).
Veja também: Inspirado por carta da mãe, professor coordena ONG que alimenta pessoas em situação de rua
Fonte: Razões para Acreditar