Se você tem interesse pela preservação ambiental porque sabe a importância de cuidar do nosso Meio Ambiente, vai gostar de saber sobre estes filhotes de tartaruga que nascem no Sul da Bahia.
Na última temporada reprodutiva, que foi de setembro de 2022 a abril de 2023, quase 11 mil filhotes de tartaruga nascem em 32km de praias que são monitoradas pelo Programa de Monitoramento de Quelônios da Veracel.
Embora essa quantidade de filhotes seja menor do que os nascimentos da temporada anterior, continua sendo um motivo de comemoração, afinal, já temos mais tartarugas marinhas das espécies cabeçuda, oliva e verde com menor risco de extinção.
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De acordo com a veterinária responsável pela operação do Centro de Reabilitação de Tartarugas Marinhas da Veracel Celulose, Juliede Nonato Neves, mais de 18 mil ovos foram colocados no Sul da Bahia neste ano, mas, como já era de se esperar, nem todas as tartarugas sobreviveram.
Os motivos são variados e relacionados à própria natureza, como dificuldades naturais, perdas ocasionadas pela maré e por predadores que as mamães tartarugas não podem evitar.
Mesmo assim, as tartarugas fazem o melhor que podem para encontrar um lugar seguro para seus ovos, ou seja, buscam praias desertas, com faixa de areia ampla, sem iluminação artificial e veículos, como é o caso de muitas praias no Sul da Bahia.
“As tartarugas marinhas são animais ectotérmicos, ou seja, a temperatura corpórea varia conforme a temperatura ambiente, e por isso a exposição prolongada ao Sol e calor da areia podem prejudicar a saúde delas. Além disso, a escuridão da noite as protege de vários perigos”, afirmou Juliede Nonato Neves, justificando o fato de as tartarugas preferirem botar os ovos à noite.
Os ovos ficam enterrados e, normalmente, os filhotes também nascem durante a noite, quando a areia está mais fresca, com temperatura mais baixa.
“Nessa hora, também são menores as chances deles serem atacados por predadores. Eventualmente, num dia nublado ou chuvoso, pode ocorrer o nascimento durante o dia. Para chegar ao mar, os filhotes se orientam pela luminosidade do horizonte”, explicou a veterinária.
Muitas vezes, os profissionais que monitoram os ninhos, percebem que as tartarugas escolheram locais perigosos e, nesses casos, eles têm autorização para mudar o ninho de lugar.
Nesta temporada, por exemplo, eles transferiram 25 dos 164 ninhos para locais mais seguros. A veterinária também faz um alerta para a população: caso os banhistas encontrem as fêmeas durante a desova, não é indicado fazer nenhum tipo de aproximação, para que não haja interrupção no processo. E se virem os filhotes de tartaruga nascendo, não devem tentar ajudá-los a chegarem na água, pois isso atrapalha o ciclo natural da vida deles.
“Também é importante não tirar fotos com flash ou apontar qualquer tipo de luminosidade caso o flagrante ocorra a noite”, alertou.
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