Luto com animais
Foto: Marcus Steinmeyer

Luto com animais: eles percebem a tristeza humana e se aproximam

A experiência do luto também é sentida pelos animais. Eles sabem quando não estamos bem.

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Viver o luto com animais de estimação em casa é mais tranquilo, pois eles sentem a tristeza humana e se aproximam para oferecer carinho e cuidado.

Uma das pessoas que comprova isso é a fotógrafa Ana Luísa Grosso, que perdeu a mãe para um câncer e notou a aproximação de seus pets nesse momento difícil.

Veja o relato dela sobre como tudo aconteceu e como foi mais fácil passar pelo luto com animais, sua gatinha e sua cachorrinha.

Veja também: Luto de gato: como os felinos lidam com a perda uns dos outros?

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“Sempre quis ter um cachorro, desde a infância. Mas, como minha mãe não deixava, só arrumei um – a Sapeca, uma golden retriever linda – quando fui morar sozinha. Tempos depois, minha mãe acabou adotando a Mitzi, uma gatinha.

Em 2018, ela passou a cuidar da Sapeca também, porque me mudei para a Espanha para fazer um curso. Ainda ia ficar mais algum tempo por lá, só que, no fim daquele ano, soubemos que minha mãe estava com câncer e retornei ao Brasil.

O tratamento começou em 2019, mas surgiu uma metástase e, em maio de 2020, ela faleceu. Fiquei meio em choque no início; depois, passei a sentir uma tristeza enorme.

Eu havia voltado a morar no apartamento da minha mãe e acho que a Mitzi, que desde o diagnóstico da doença não saiu do lado dela, percebeu meu estado mais introspectivo e começou a se aproximar de mim.

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Notei esse movimento porque, logo após o falecimento, ela tinha se tornado antissocial, se escondia em cada canto e só permanecia nos lugares da casa onde minha mãe costumava se sentar ou descansar. Mas aí passou a subir no meu colo, a se deitar ao meu lado…

Antes, apenas a Sapeca ficava por perto. Para me tirar da cama, minha cachorra enfiava o focinho por baixo do meu braço, trazia a bolinha querendo brincar. E aí a Mitzi veio até dormir comigo.

Foi com esse empurrão das duas que eu superei o luto. Elas me faziam levantar, mesmo que fosse só para colocar a comida nas tigelas ou dar uma voltinha na rua. Elas são a minha alegria.”

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Conteúdo publicado originalmente na TODOS #38, em julho de 2021.

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