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Como lidar com uma pessoa bipolar

Em qualquer relacionamento você pode topar com uma pessoa com esse transtorno. Saiba como lidar

Crédito: Freepik

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De acordo com a Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (Abrata), “o transtorno bipolar consiste em episódios de humor em que o pensamento, as emoções e o comportamento de um indivíduo alteram-se visivelmente durante um período considerável, interferindo em seu cotidiano”. Saber como lidar com uma pessoa bipolar é importante para você e para o outro.

O que é bipolaridade

A bipolaridade é caracterizada por episódios de mania, hipomania ou mistos, além da presença pontual de depressão e outros transtornos mentais, que podem ocorrer.

A mania é aquele momento de euforia e confiança extrema, no qual ela quer realizar grandes projetos, sonha alto, investe em coisas úteis e inúteis, podendo perder dinheiro e noites de descanso. Já a hipomania, é o que se segue, sem muitos episódios extremos.

Os quadros depressivos também podem surgir, com apatia, irritação, vazio no peito, culpa, problemas de sono, de concentração e pensamentos relacionados ao fim da vida ou, até mesmo, a extinção da mesma, como ocorreu com o ilustre pintor Van Gogh.

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O dia 30 de março, data de nascimento desse gênio da arte, é tido como o dia mundial do transtorno bipolar, em sua homenagem. Portanto, muito se discute acerca desse tema que ainda não é muito compreendido fora do meio médico, com preconceitos e tabus.

Para entender melhor, a cartilha da Abrata detalha bem o que é a doença, seus sintomas, quais são as comorbidades, forma de diagnosticar, tratamento e um ponto fundamental, o apoio dado às famílias que convivem com o paciente.

O Sistema Único de Saúde (SUS) provê atendimento gratuito ao paciente que sofre com transtorno bipolar, dando todo o apoio necessário, desde consultas, exames e até medicamentos. Veja os principais sintomas de bipolaridade no vídeo.

5 Dicas para lidar com uma pessoa bipolar

De acordo com a ABRATA, “a perturbação bipolar pode manifestar-se de diversas formas, e as
experiências de vários cuidadores diferem umas das outras. Determinar o que funciona com você para lidar com sua situação poderá ser um processo de tentativa e erro”.

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Então nada de frustração por uma dica de como lidar com uma pessoa bipolar não funcionar de imediato, continue fazendo o seu melhor para ajudar a pessoa no seu convívio, sempre se lembrando de cuidar primeiro de si, para poder assim manter a energia e motivação na continuação do tratamento.

Veja as dicas mais importantes passadas pela associação, para lidar com uma pessoa bipolar.

1. Não se envolva demais

De acordo com a Abrata, se você estiver envolvido demais, o paciente “pode sentir esse comportamento como uma intromissão e acabar por recusar pedir ajuda quando dela realmente necessitar”.

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Dê espaço, não fique perguntando o tempo todo o que você pode fazer ou o que ele deve fazer, pois pode parecer que quer gerenciar a vida dele, podendo inclusive ser visto como autoridade ou imposição, gerando distanciamento e brigas.

2. Pergunte como você pode ajudar

A melhor pessoa para te dizer o que pode ser feito para ajudar é o próprio paciente, pois cada pessoa tem sua história, suas marcas e histórias. Então pergunte ao paciente de que forma você pode ser útil.

Escolha o momento adequado para fazer isso, pois no meio de uma crise certamente não vai funcionar. Quando o paciente estiver bem, estável, pergunte sem ser invasivo, o que pode ser feito para ajudar na situação A ou B, com especificidade e linguagem simples e aberta.

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3. Crie acordos e planos

Nos momentos mais tranquilos, conversem sobre criar estratégias para os momentos de crise, criando planos e fazendo acordos de se comunicarem da forma correta.

O paciente deve tentar perceber quando uma crise está chegando, contando com o apoio do cuidador para executarem o planejamento de crise, criado para esses momentos.

Eles devem ser simples e práticos, com ação e reação, sempre por escrito, designando quem ficará responsável pelo que e quais são as palavras-chave para ajudar no autocontrole.

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Apesar de ter tudo anotado, seja flexível e aja de acordo com o momento também, adaptando o plano, caso não funcione como o esperado, rediscutindo a estratégia, depois que passar a crise.

4. Forme um time

O paciente, cuidador e o médico devem formar um time forte e coeso, com confiança e disponibilidade, procurando sempre o melhor para o tratamento. Essa parceria é fundamental para o sucesso do tratamento.

Se o paciente assim desejar, o acompanhe nas consultas, dê seus contatos para emergência, consulte o médico quando tiver dúvidas e questione durante a consulta, mesmo que pareçam perguntas constrangedoras ou pessoais.

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Tenha em mente que o médico tem limites de confidencialidade, de acordo com seu código de conduta, então ele não te passará informações relevantes do paciente que sejam muito pessoais ou que se tenha solicitado sigilo.

5. Canalize os momentos de euforia

Grandes artistas eram bipolares e não compreendidos, como Van Gogh. Também outras figuras ilustres tinham o mesmo perfil, como é o caso de Agatha Christie, Chaplin, Elvis Presley, Hemingway,  Coppola, Balzac, Jim Carrey, Bonaparte, Platão, Robin Williams, Freud, Tim Burton, Victor Hugo, Mozart e os brasileiros Rita Lee, Maurício Mattar e Cássia Kis.

Por isso, é fundamental compreender o funcionamento da mente do bipolar, sabendo aproveitar seus momentos de euforia, canalizando em prol de grandes realizações, projetos, ideias e tudo o mais que possa ser construído, fazendo com que ele possa ver isso.

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Van Gogh, infelizmente, não tinha meios adequados para controlar sua ira e depressão nos momentos mais difíceis, acabando por não ter a chance de ver a valorização da sua profunda, emocional e intensa obra. Para a alegria dos seus fãs, uma série de televisão o colocou em uma máquina do tempo e o levou para ver o que seu nome se tornou:

Não se deve esperar por uma máquina do tempo para valorizar o lado bom, humano, criativo e fantástico das pessoas que sofrem com o transtorno bipolar. Faça isso hoje.

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