Não é surpresa que os hospitais estão cheios de bactérias e virus de diversos tipos trazidos pelos doentes. Por essa razão, a limpeza tem que ser redobrada e muito minuciosa. Porém uma pesquisa realizada na Inglaterra revelou que os lençóis de hospital com germes não ficam totalmente limpos depois de lavar, mantendo-se infectados.
Entenda o estudo
No estudo feito pela Escola de Farmácia da Universidade de Montfont, na Inglaterra, os pesquisadores detectaram que os lençóis dos hospitais permanecem com vestígios de bactérias, mesmo depois de lavados. Especificamente a bactéria Clostridium difficile.
A pesquisa liderada por Katie Laird mostra como as infecções por essa bactéria são comuns nos hospitais e até mesmo entre hospitais, explicando por que há surtos esporádicos da doença. A dificuldade na pesquisa era entender de onde surgia o surto. Depois de testar os lençóis, a possível fonte foi encontrada.
Os testes realizados consistiam em recolher amostras de lençóis de algodão contaminados com a bactéria Clostridium difficile e lavar como se lava normalmente os itens hospitalares. Mesmo com uma máquina de lavar e detergente industriais e temperatura altíssima para desinfetar as bactérias não foram eliminadas.
E piora: o lençol contaminado com essa bactéria foi capaz de contaminar as outras peças que não possuíam nenhuma contaminação durante a lavagem.
Em um comunicado à imprensa, Katie explica que essa pesquisa abre portas para outros estudos relacionadas aos surtos de Clostridium difficile. Ela diz que é preciso novas investigações para definir a quantidade real da bactéria nos lençóis e se elas podem ser as únicas realmente as responsáveis pelos surtos da infecção. E caso sejam, os cientistas precisam descobrir como realmente esterilizar os lençóis antes de eles poderem voltar a outros pacientes.
As infecções podem ser fatais e em casos leves causa diarréia. Em casos avançados, pode causar insuficiência renal e inflamação no cólon. A infecção por essa bactéria é mais comum em homens adultos com mais idade e que estão internados em tratamento tomando antibióticos a longo prazo. Nos Estados Unidos, quase meio milhão de pessoas foram infectadas e, em um ano, 29 mil pessoas morreram em menos de 1 mês.
Fonte: Cambridge University Press