A medida em que se envelhece, há a tendência de esquecer algumas coisas e lembrar nitidamente de outras. Esse é um fenômeno comum, de acordo com o pesquisador Alan D. Castel. Ele estudou quais lembranças permanecem na memória e por qual motivo.
Para ele, a memória começa a decair aos 20 anos, sendo absolutamente normal ser um pouco mais esquecido aos 60 ou 70 anos. O pesquisador notou um fenômeno interessante: ao longo do tempo, as pessoas lembram menos de umas coisas e gravam nitidamente outras.
3 Formas de manter a memória nítida
Para o pesquisador, há três coisas que se mantém na memória nitidamente com o passar dos anos, sendo essa a chave para a memorização.
1. Registro do essencial
Foram feitos testes de memória com pessoas mais jovens e mais velhas, para ver o que elas registravam. Para isso, apresentaram 20 itens comuns de viagem, que se coloca na mala, como escova de dente, sandália, protetor solar, passaporte entre outros
Entre os pesquisados, os mais jovens conseguiram lembrar de uma maior quantidade de itens, porém os mais velhos lembraram dos mais importantes.
Outro teste realizado foi com bula de remédio. Os pesquisadores disseram que deveriam se lembrar dos efeitos colaterais de cada um. Assim, eles leram e, tempos depois, tiveram que repetir os que lembravam. Novamente, os mais velhos lembraram os mais importantes.
Em um terceiro teste, foi pedido que se decorasse a lista de alérgenos que poderiam desencadear uma crise em uma criança. Os mais velhos conseguiram lembrar de uma maior quantidade.
Isso acontece, pois com o passar do tempo, a mente fica mais treinada a focar e gravar aquilo que mais importa, deixando menos espaço para trivialidades.
2. Lembrança de eventos próximos
Foi confirmado também que os adultos mais velhos tendem a se lembrar melhor de compromissos futuros na vida real, refutando alguns estudos de laboratório.
Em um estudo dirigido, as pessoas eram motivadas a levantar a mão toda vez que lessem presidente em um livro, mas as pessoas mais velhas se concentravam na leitura e deixavam passar. Testes desse tipo levaram à ideia de que a memória prospectiva em alguém mais velho é pior, mas não é esse o caso no mundo real.
Foi realizado outro teste, mais realista e adaptado à rotina diária: pediu-se para grupos de teste mais jovem e outro com mais idade que, semanalmente, por um mês, fossem até o laboratório para enviar cartões postais.
Os mais velhos se saíram melhor nessa tarefa, mostrando que eles têm maior capacidade de armazenar eventos futuros.
3. Memorização de coisas desafiadoras e intrigantes
Há maiores chances de se conseguir registrar dados e informações que tenham despertado curiosidade e interesse do que outros mais aleatórios.
Em um estudo, foram apresentadas frases de curiosidades em diversas áreas e o pesquisado tinha que dizer se conhecia ou não a resposta. Se não conhecesse, deveria colocar qual era a intensidade do interesse em conhecer, entre pouco interessado e extremamente interessado. Eles entregavam a resposta e depois de uma semana eram convidados a voltar e responder novamente às perguntas.
Aquelas que foram registradas como mais interessantes, ficaram registradas na memória, ao contrário das outras. Isso aconteceu principalmente com o público mais velho. Isso confirma que o cérebro tende a reter as informações que são mais interessantes, desafiadoras ou intrigantes, à medida em que o tempo passa.
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Fonte: PubliMed