Se tem uma coisa desagradável é você pegar algo que está com muita vontade de comer e, na primeira mordida, achar algo muito nojento na comida. Embora seja mais comum ocorrer com alimentos frescos, pode acontecer até com chocolate.
O estudante de engenharia mecânica Ricardo Romanha de Oliveira, de 18 anos, passou por uma situação assim quando foi comer o Kinder Ovo que ganhou da namorada. Aliás, eles iam comer juntos e foi ela quem encontrou larvas vivas dentro do ovo.
“Eu abri o Kinder Ovo, cada um pegou uma metade e fomos comer. Mas quando a minha namorada deu a primeira mordida, ela percebeu que tinha uma larva no chocolate. Foi uma situação horrível, deu muito nojo, vontade de vomitar. Um trauma”, disse o jovem.
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O jovem filmou e publicou o chocolate com larvas
De acordo com Ricardo, ele ganhou o ovo de chocolate (daqueles pequenos) de presente de Páscoa da namorada. O doce foi comprado no sábado, véspera da Páscoa, em um shopping na cidade deles, Itapetininga.
Ainda segundo o estudante, não havia qualquer sinal de violação da embalagem, estava bem lacrada, e nada os fez suspeitar de que o chocolate pudesse estar estragado. Nem mesmo estava vencido, pois a validade é só em outubro de 2022.
“Ficamos desesperados, porque é um chocolate infantil e nunca esperamos que algo assim aconteça. Na hora, a gente também ligou para o pai da minha namorada, porque eles haviam comprado do mesmo chocolate para a irmã dela, que é uma criança”, disse Ricardo.
Apesar do produto ter sido comprado na cidade do interior paulista, consta em seu rótulo que a fabricação foi na Argentina.
César José Rosa Filho, advogado que acompanha o caso, conta que a família pretende entrar judicialmente para pedir uma reparação por danos morais. “Eles estão indignados com a situação. Certamente ocorreu com outras pessoas que sequer sabem disso. Vamos tomar as providências judiciais cabíveis”, afirmou.
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Problema pode ter sido causado na fábrica
Quando uma situação como essa acontece, sem que o produto esteja vencido ou a embalagem violada, a tendência é pensarmos que o chocolate ficou armazenado de forma imprópria por algum tempo, levando à deterioração precoce do alimento.
Mas, parece que o problema pode ter vindo da fábrica da Kinder, devido a outros casos envolvendo falta de segurança alimentar dessa mesma fábrica, só que na Bélgica e não na Argentina.
Segundo a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA) e o Centro Europeu para a Prevenção de Doenças (ECDC), 150 casos de salmonela, entre confirmados e prováveis, foram relatados até o dia 8 de abril em nove países – Espanha, França, Alemanha, Bélgica, Irlanda, Luxemburgo, Noruega, Holanda e Suécia. As agências identificaram que o surto teve origem em uma fábrica que produz o chocolate Kinder, na Bélgica.
Depois dessa situação na Bélgica, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou resolução proibindo a comercialização, distribuição e importação dos chocolates Kinder fabricados no país. Segundo o alerta, o Brasil não está na lista de países para os quais o chocolate foi distribuído, mas a agência achou “prudente” alertar a população.
A reportagem do UOL procurou a empresa Ferrero, responsável pelo produto Kinder Ovo no Brasil. A marca Kinder disse que não recebeu queixa do consumidor por sua central de atendimento ao cliente, mas que está em contato para compreender a situação.
A companhia afirma que a fabricação dos produtos seguem “os mais rígidos controles existentes” e que o caso não teve relação com o recall do produto por suspeita de salmonela, feito em outros países.
“A marca Kinder reforça que a Resolução-RE nº 1.233, divulgada pela Anvisa na noite de quinta-feira (14), refere-se exclusivamente aos produtos Kinder fabricados em Arlon, na Bélgica, e que estes não são distribuídos pela Ferrero no Brasil. A marca destaca ainda que os chocolates vendidos pela Ferrero do Brasil no País são seguros para consumo. Permanecemos à disposição pelos canais de atendimento: telefone 0800-701-6595 e sacbrasil@ferrero.com”.
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Fonte: UOL