Duas irmãs baianas inventaram espécie de bafômetro que detecta doenças, o que pode transformar a medicina. Esse aparelho funciona de forma semelhante àquele usado por policiais, mas ao invés de indicar o nível de álcool através do sopro, o aparelho pode detectar até 15 doenças.
Conheça a história
As criadoras desse aparelho são Júlia, de 26 anos, e Nathália Nascimento, 31 anos, da cidade de Feira de Santana, na Bahia. Elas tiveram a ideia do aparelho depois que Júlia viu a defesa do mestrado da irmã. Júlia, que é estudante de biotecnologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro, reparou que a irmã, doutora em computação, poderia contribuir na área de saúde. Assim, juntas elas criaram o OrientaMed, que utiliza inteligência artificial para detectar doenças.
O processo de criação do bafômetro OrientaMed foi longo. Primeiramente a dupla se inscreveu em um evento de hackathon (uma maratona hacker). Depois formaram uma equipe com o paulista Rheyller Vargas, também pesquisador da área. Então os três partiram para as ideias para criar um dispositivo para a área de saúde. O intuito era criar um dispositivo que pudesse detectar a gastrite apenas pelo sopro.
Com o avanço dos estudos, as pesquisas mostraram aos três que o sistema poderia ser usado para descobrir muitas outras doenças pelo sopro. Então o trio passou a aprimorar o sistema, que hoje é capaz de identificar 15 doenças, entre infecciosas e crônicas. Além da gastrite o OrientaMed pode detectar diabetes, pneumonia, intolerância à lactose, doença de Crohn entre outras.
O equipamento consegue detectar doenças apenas pelo sopro, pois muitas doenças causam mudanças biológicas no corpo. As causadas por bactérias, por exemplo, produzem gases específicos que são liberados no hálito e são eles que o OrientaMed detecta e gera o resultado.
O propósito do OrientaMed e do trio de criadores é que o dispositivo possa ser usado por médicos para agilizar a descoberta de doenças nos pacientes, já que o resultado sai em apenas cinco minutos. No momento o resultado do exame com o OrientaMed é mostrado no computador, mas o trio espera que no futuro ele possa ser visualizado no próprio dispositivo. A vantagem do diagnóstico rápido para os médicos é que eles podem aplicar as primeiras medidas para tratar os pacientes e pedir exames adicionais.
Atualmente o custo de fabricação do OrientaMed é de R$ 2.500, o que é um pouco alto. Mas o intuito do trio de cientistas é buscar a contribuição de hospitais para produzi-los e aumentar o número de doenças detectadas pelo dispositivo e assim aumentar a sua produção.