Você já parou para pensar no que acontece com uma criança perdida? De família humilde, seu Laudelino tem uma história dessas para contar para seus filhos e netos. Ainda mais agora, que a comprovação bateu em sua porta. Perto de fazer 83 anos, ele reencontrou a família perdida, 70 anos depois de se perder.
Como aconteceu
De origem humilde, ele, o pai e o irmão deixaram a Bahia em direção a São Paulo, como muitas pessoas na época. Eles queriam encontrar um trabalho e, em seguida, buscar o resto da família, já que as coisas estavam difíceis. Foi então que o trem fez uma das suas paradas e eles desceram para andar um pouco.
Na hora de voltar, seu Laudelino não conseguiu chegar a tempo, e ficou sozinho na estação. Depois de 3 dias andando pela cidade, ele foi levado para um abrigo em São Paulo. Lá, combinou um colega de fugirem para Tupã, mas foi pego na estação. Foi então que ele passou dos 13 aos 17 anos nesse novo abrigo.
Mas isso foi uma coisa boa, pois um dos funcionários do abrigo o chamou para trabalhar em suas terras. Ele viria a ser seu futuro sogro, formando uma nova família, cuidando do rapaz como a um filho. Por um lado, ele se sentia abandonado pela família, por outro, acolhido e amado. Durante todos esses anos, eles nunca tiveram contato ou se encontraram, pois não sabiam do paradeiro do menino.
O reencontro
Apesar de ter acontecido há tanto tempo, a família nunca esqueceu o menino perdido. Eles não tinham muitas condições na época e fizeram o que podiam para encontrar. Recentemente, sua irmã Valdinéia Batista Guimarães, compartilhou a história nas redes sociais e, com a ajuda de pessoas da internet, conseguiu encontrar seu irmão.
Foi então que entraram em contato e confirmaram que realmente era o Laudelino, seu irmão. Isso porque ele ainda tinha a cicatriz de um corte que fez quando era pequeno. Aproveitaram que estava próximo do aniversário de 83 anos dele e se reuniram para comemorar, marcando com todos os parentes que estavam em Campinas, Adamantina e Pacaembu.
Além dos 8 irmãos, ele também reencontrou tios e conheceu sobrinhos e primos, sempre com muita emoção. Foi inevitável o momento de troca de lembranças e muita saudade. O sentimento de abandono ficou de lado e agora, ele quer mesmo é marcar muitas outras festinhas em família, para recuperar o tempo perdido.
Com informações de Correio 68