De acordo com informações do Dr. Drauzio Varella, a incontinência urinária é um problema que atinge milhares de brasileiros todos os anos, em especial as mulheres. Entre 15% e 30% das mulheres acima dos 60 anos eliminam urina de modo involuntário quando espirram, tossem ou riem. Os fatores que levam a isso são muitos, portanto é preciso estar atento e conhecer seu corpo.
O que é?
É a eliminação involuntária de urina, isto é, quando a pessoa faz xixi sem querer, geralmente estimulada por tosse, espirro ou gargalhadas. É diferente de quando se faz um pouquinho de xixi por estar rindo descontroladamente.
Para ser considerado incontinência, o escape de urina ocorre com mais frequência e basta um leve estímulo ou, algumas vezes, assim que sente vontade de urinar, mal dá tempo de chegar ao banheiro.
Causas
Primeiro é importante saber que as vias urinárias se localizam muito próximas de outros órgãos. A bexiga nas mulheres aproxima-se muito do útero, já a uretra está logo acima da vagina. Entende-se, portanto, que o sistema reprodutor feminino se relaciona diretamente com a bexiga e a eliminação da urina.
Dessa forma, fatores como gravidez, tumores, doenças que pressionem a bexiga e problemas no assoalho pélvico provocam a incontinência nas mulheres. Isso explica também por que esse problema é mais comum no público feminino que no masculino.
O assoalho pélvico é um músculo que sustenta órgãos na região da bacia. Nas mulheres, ele é mais frágil e delicado do que nos homens. Todos os músculos dessa região relacionados ao aparelho urinário são mais finos nas mulheres também. Em homens, o problema costuma surgir quando há retirada da próstata, pois o assoalho pélvico masculino é mais resistente e mais grosso.
Cabe ressaltar que outros fatores podem influenciar. Obesos e fumantes são grupos de risco em relação a esse problema, assim como pessoas que possuem pulmões obstruídos, chamadas de pneumopatas.
Sintomas
De modo geral, há três tipos para conhecer e relacionar aos seus respectivos sintomas:
- Incontinência urinária de esforço: é o tipo que mais atinge as mulheres. O sintoma inicial e principal ocorre quando há pressão abdominal. Atos como tossir, rir, pentear o cabelo ou realizar exercícios de contração abdominal fazem com que haja eliminação da urina. Aqui há uma falha na musculatura pélvica.
- De urgência: esse tipo é mais grave que o primeiro. Acomete as mulheres em atividades diárias e comuns, como abrir uma torneira ou um pote de vidro. A vontade de urinar surge repentinamente, mas muitas vezes não é possível chegar a tempo ao banheiro. Independentemente da vontade da mulher, ela não consegue controlar a urina.
- Incontinência mista: há uma mistura entre os dois tipos citados acima. Assim como as outras, é praticamente impossível controlar a urina.
Tratamentos
Os tratamentos variam conforme cada tipo e também conforme o caso de cada paciente que é avaliado pelo médico, que pode ser o clínico geral, o ginecologista, urologista ou geriatra para pessoas com mais de 60 anos.
Incontinência urinária de esforço
O primeiro tipo, a de esforço, exige que o tratamento seja cirúrgico na maioria dos casos. Fisioterapia pode ser um tratamento paliativo, a fim de que o assoalho pélvico seja fortalecido. Estima-se que 90% das pacientes fiquem livres desse problema após um processo cirúrgico bem-sucedido.
Incontinência urinária de urgência
No caso da incontinência de urgência, é preciso aliar fisioterapia a medicamentos. Os medicamentos devem ser tomados durante toda a vida e causam efeitos colaterais, como secura na boca e rubor na face. Os remédios melhoram um pouco a qualidade de vida. Já a fisioterapia faz com que o assoalho pélvico se fortaleça.
As dicas desse artigo não substituem a consulta ao médico. Lembre-se que cada organismo é único e pode reagir de forma diferente ao mencionado. Para obter os resultados esperados também é preciso aliar a uma vida saudável e equilibrada.