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Estudos revelam a importância das avós na longevidade humana

Primeiro, os humanos precisaram viver o suficiente para verem seus netos nascerem

Crédito: Freepik

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Quem foi criado com amor por uma avó ou na companhia frequente dela, sabe que a importância das avós na vida dos netos é fundamental.

Nem é preciso recorrer aos livros para concordar que uma boa avó é capaz de facilitar muito a rotina de uma mãe com seus filhos pequenos, além de contribuir com o desenvolvimento das crianças.

Mas, mesmo sabendo disso por experiência própria, é sempre bom ter um aporte científico para confirmar.

Pesquisadores da Universidade Harvard defendem que a importância das avós ativas fez com que os humanos mantivessem uma boa condição física muito depois dos anos reprodutivos e que isso também explicaria por que o exercício é tão benéfico na velhice.

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Veja também: Benefícios da relação saudável entre netos e avós

Pesquisadores mostram a importância das avós para a raça humana

A análise dos pesquisadores de Harvard foi publicada na revista PNAS, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos. No documento, eles dão os motivos para acreditarem o que papel das avós, como pilares da educação, pode ser o motivo pelo qual as mulheres podem viver décadas após perder a fertilidade, ao contrário do que acontece em quase todas as espécies animais. Veja que interessante.

A “hipótese da avó” foi desenvolvida a partir da observação de mulheres mais velhas da tribo Hadza, no norte da Tanzânia. A pesquisadora Kristen Hawkes, da Universidade de Utah (EUA), notou que as avós da tribo eram muito produtivas e coletavam alimentos que, mais tarde, compartilhavam com suas filhas. Essa generosidade favoreceu que elas lhes dessem mais netos.

Também foi realizada uma análise das sociedades pré-industriais no Canadá e na Finlândia, e as conclusões foram parecidas. No início do século 17, em Quebec (Canadá), os registros eclesiásticos permitiam calcular que as mulheres que moravam na mesma paróquia que suas mães tinham em média 1,75 mais filhos do que as irmãs que moravam longe.

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A importância das avós começa muito antes disso

Para María Martinón Torres, diretora do Centro Nacional de Pesquisas da Evolução Humana em Burgos (Espanha), a seleção natural teria favorecido a longevidade em espécies compostas por indivíduos dependentes, como é o caso dos humanos.

Segundo a diretora, os bebês humanos teriam mais probabilidade de sobreviver e se desenvolver ao contar com a importância das avós para ajudar a protegê-los, dando suporte às mães.

Como recompensa, os humanos receberam, ao longos dos anos de evolução, uma vida muito mais longa e saudável do que outras espécies próximas, como os chimpanzés. Esses animais são férteis até a morte e sofrem uma deterioração física significativa quando chegam aos 30 anos, vivendo cerca de uma década depois disso.

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Mas, tudo isso começou muito antes de existirem as sociedades mais semelhantes às atuais. De acordo com cálculos da pesquisadora Rachel Caspari, da Universidade de Michigan Central, a partir dos fósseis de dentes de 768 indivíduos que viveram nos últimos três milhões de anos, o Homo sapiens do período Paleolítico Superior (há mais de 50 mil anos) multiplicou o número de indivíduos que sobreviveram até a idade em que poderiam ser avós.

Para Antonio Rosas, diretor do Grupo de Paleoantropologia do Museu Nacional de Ciências Naturais de Madri, algo aconteceu há cerca de 60 mil anos que aumentou as capacidades dos Homo sapiens, e coincide com a época em que os sapiens formaram híbridos com os neandertais e começaram a migrar pelo continente, sofrendo várias adaptações.

Ele acredita que a capacidade de adaptação cultural aumentou a expectativa de vida dos sapiens ao aumentar o número de avós nessas populações. As mulheres nascem com vários óvulos, distribuídos durante os anos férteis.

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Com o aumento da expectativa de vida, pode ter havido um aumento da quantidade de óvulos para manter a fertilidade por mais tempo, mas a presença de avós sem os próprios filhos cuidando dos netos poderia oferecer outras vantagens.

Aquelas sociedades que já valorizavam a importância das avós foram responsáveis por criações artísticas, aprimoraram as técnicas de caça e puderam sobreviver e prosperar em uma Europa glacial, que viu os neandertais desaparecerem.

Veja também: Ligação entre avós e netos pode ser maior do que com filhos adultos

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Artigo com informações de O Globo

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