Um implante mais fino do que um fio de cabelo, feito em escala nanométrica – partícula de milímetro dividido por um milhão. Assim é possível acelerar a regeneração de fraturas ósseas.
Os cientistas brasileiros da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) produziram o implante a partir de macromoléculas do tipo polímero, comumente usado na área médica.
No tratamento, o implante serve como meio para a liberação controlada de um fármaco, chamado sinvastatina, na área lesionada.
Kaline Ferreira, doutoranda em ciência e engenharia de materiais da UFPB, e uma das responsáveis pela criação da tecnologia, explica que o implante “é um sistema cuja estrutura é menor do que um fio de cabelo. Isso favorece a migração e contato com as células [do osso danificado]”.
A ideia era criar um implante que proporcionasse a liberação exata de fármaco na lesão, evitando efeitos adversos. A sinvastatina é tradicionalmente utilizada para combater níveis elevados de colesterol “ruim” no sangue. A escolha deste remédio ocorreu pois ela também estimula uma proteína que contribui para a formação óssea.
“O implante é o que podemos chamar de sistema de liberação controlada de droga, pois a composição dos polímeros utilizados na produção proporciona uma liberação ‘ideal’”, diz Kaline.
Depois que o paciente já recebeu todo o tratamento, o implante não precisa ser removido cirurgicamente. A tecnologia é biorreabsorvível, ou seja, é eliminada pelo próprio corpo. À medida que o implante expele o medicamento e recupera o rompimento ou o trincamento do osso, ele se decompõe.
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O implante é boa notícia para afastar a osteoporose
No Brasil a osteoporose acomete 10 milhões de pessoas, com prevalência de 11 a 23,8% para todos os tipos de fratura por fragilidade óssea. Então, a criação desse transplante surge como uma possível solução para o tratamento da doença.
Foi por conta desse grande número de pessoas afetadas pela osteoporose que Kaline resolveu iniciar seus estudos.
“Assim que ingressei no mestrado (2014), passei a estudar o trabalho que estava sendo desenvolvido com a sinvastatina junto com os professores, e iniciei a elaboração de um sistema que pudesse acelerar os processos reconstrutivos que eles vinham buscando”.
O produto ainda está em fase de testes, aguarda a liberação da patente e todos os processos burocráticos envolvidos. Mas, até o momento, já foram realizados estudos referentes à caracterização do material, a verificação de sua viabilidade, além da observação da indução à formação óssea.
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Fonte: UOL Tilt