Nas últimas décadas, por conta do forte apelo da mídia, os implantes de silicone viraram febre entre as mulheres, trazendo a ideia de que, com seios maiores e firmes, elas seriam mais desejáveis. O implante de silicone se tornou, também, uma das formas importantes de transformação do corpo das mulheres trans.
De acordo com informações de um artigo publicado na Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, somente no ano de 2017 foram realizadas mais de 2,5 milhões de cirurgias plásticas. Destas, mais de 200 mil foram só de implantes de silicone.
Mas, a partir de 2018, esses números começaram a cair. Segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, a remoção de implantes de mama aumentou em 33% no Brasil, entre 2018 e 2019. O auge do desejo por um corpo escultural ao estilo “panicat” terminou e as mulheres passaram a desejar um corpo mais natural outra vez, como era antigamente.
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Os motivos para a remoção do implante de silicone
Já falamos sobre o motivo estético, que é o principal fator para mulheres desejarem o implante de silicone, e também para removê-lo. Ter seios mais naturais, ainda que sejam menores e menos firmes, é o que muitas mulheres preferem hoje em dia.
Mas, não é só pela estética. Em muitos casos, remover os implantes é uma questão de saúde. Segundo a médica Fernanda Maria Marinho, mastologista da Casa de Saúde São José (RJ), em entrevista para a Exame, a “Doença do Silicone” e a “Síndrome Asia” estão entre os principais motivos para o explante de silicone.
A Doença de Silicone é um conjunto de sintomas que podem surgir em mulheres com próteses mamárias, como dor nas articulações, queda de cabelo, alterações psicológicas e cansaço excessivo.
A Síndrome Asia é uma alteração autoimune que pode ser desencadeada por elementos ou substâncias externas ao organismo – como as próteses de silicone – e que podem resultar em um processo inflamatório crônico em pessoas que já possuem predisposição para doenças autoimunes.
Como é feito o explante de silicone?
O primeiro passo é se consultar com um cirurgião plástico da sua escolha. Ele vai avaliar suas condições de saúde e fazer exames para saber a situação atual das próteses.
Em muitos casos, a remoção do silicone pode ser feita pelo mesmo corte que ele foi inserido, sem novas cicatrizes.
O procedimento cirúrgico é semelhante ao de colocar o silicone: exige anestesia local com sedação ou anestesia geral (depende de cada caso), internação e afins.
O cirurgião poderá apenas remover as próteses ou poderá, na sequência, realizar algum procedimento estético para evitar a flacidez das mamas sem as próteses.
O pós-cirúrgico deve ser tão cuidadoso quanto foi para colocar o silicone, seguindo todas as recomendações do médico. É essencial trocar curativos diariamente, não carregar peso, limitar os movimentos dos braços, usar sutiã modelador e manter o acompanhamento médico para garantir o melhor resultado possível.
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A flacidez dos seios após o explante
Essa é uma das preocupações das mulheres que pretendem remover o implante de silicone. Como vai ficar depois? Murcho e caído? Sim, é provável. Por isso, existe a possibilidade de outro procedimento estético cirúrgico, na mesma cirurgia de remoção das próteses. As opções mais comuns são:
- Enxerto da gordura: conhecido também como lipofilling, essa técnica consiste na substituição do silicone por gordura natural da própria paciente.
- Mastopexia: é um procedimento para o levantamento das mamas.
- Mamoplastia redutora: reduz e levanta as mamas ao mesmo tempo. Quando são menores, ficam mais leves e menos propensas à flacidez.
Cada procedimento deve ser estudado junto com o médico para saber qual é a melhor opção no seu caso.
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