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Shareting nas redes sociais: o impacto de postagens sobre os filhos

Os pais não resistem, mas precisam pensar duas vezes antes de publicarem sobre a privacidade dos filhos

Crédito: Freepik

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Já falamos em outro artigo sobre publicações que você não deveria estar fazendo sobre seus filhos na internet. É dentro do universo desses cuidados com a segurança e privacidade dos pequenos nas redes sociais que surge o “shareting”, termo que une as palavras inglesas “share” e “parenting”, respectivamente “compartilhar” e “parentalidade”.

Trata-se da necessidade dos pais em fazer publicações dos filhos nas redes sociais para satisfazer o próprio ego, sem refletir sobre as possíveis consequências negativas das postagens na vida da criança.

Em entrevista para a revista Bebê, a psicóloga Raquel Baldo explica que, “por mais que os pais acreditem que seja para ter um registro e informação de acesso, na verdade esses conteúdos são um formato que alimenta a grande fantasia de que o mundo admire meu filho, o transforme na potência que eu enxergo nele e que ele me represente”.

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O shareting não é feito com maldade, mas pode prejudicar

Os pais não têm má intenção ao praticar o shareting, até porque a maioria das pessoas expõe seus filhos nas redes sociais, da mesma forma que publicam tudo sobre a própria vida.

Mas, é diferente de expor uma criança que ainda está em desenvolvimento, tanto neste momento da infância quanto depois que ela crescer. Veja alguns dos malefícios.

Exposição à pedofilia

Muitos pais publicam fotos dos seus bebês seminus, pois não veem qualquer maldade nisso, mas os pedófilos de plantão veem.

Nem passa pela cabeça dos pais que existe uma imensa rede de tráfico de menores por aí, e que a foto do seu filho pode ser usada em sites para vender outras crianças.

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Momentos constrangedores

É engraçadinho ver as crianças passando por momentos embaraçosos, mas algumas podem crescer e serem negativamente impactadas por estas fotos e vídeos que expõem sua intimidade.

Sequestro facilitado pelas redes sociais

Uma foto da criança com o uniforme escolar, uma foto que mostra o interior da casa, o endereço, o carro. Se a família residir em uma zona nobre e tiver um estilo de vida atraente aos bandidos, corre o risco de ser alvo de um sequestro só por ter exposto suas informações pessoais, através do seu filho pequeno, na maior inocência.

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Existe o lado bom das publicações redes sociais

Calma, nem tudo é motivo de preocupação e medo! É muito importante que os pais tenham todo cuidado possível antes de expor a vida e intimidade dos filhos nas redes sociais e, ao fazer isso de forma responsável, existem benefícios.

Também em entrevista para a revista Bebê, a psicóloga e psicanalista Gabriela Malzyner, coordenadora do Núcleo de Infância e Adolescência do Centro de Estudos Psicanalíticos de São Paulo, explica que “essa construção de imagem na infância, hoje tão atravessada pelos celulares e pela facilidade de acesso a imagens, filmes e fotos, tem benefícios na construção de uma história, de uma narrativa para o sujeito, em que ele possa se revisitar e conhecer a si mesmo posteriormente”.

De fato, antes do celulares e computadores, muitos de nós tinham o hábito de ficar vendo álbuns de fotos da família de vez em quando, tentando lembrar ou perguntando aos mais velhos sobre aqueles momentos registrados. Traz um sentimento de pertencimento a um lugar, de ter construído uma história, o que nos ajuda a criar raízes mais fortes.

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Então, a questão é saber identificar os limites e ter equilíbrio nas publicações que vai fazer dos filhos nas redes sociais. Afinal, o álbum de foto de família, que você guarda em casa, não pode ser visto livremente pelo mundo inteiro, como acontece com as publicações que você faz na internet.

Veja também: Coisas a saber e fazer para não deixar seus filhos soltos pela internet

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