A situação de saúde do sr. Adalto João de Azevedo, de 83 anos, residente em Praia Grande (SP), começou a piorar nos últimos três meses, quando o idoso foi diagnosticado com erisipela, uma infecção de pele causada por uma bactéria.
O tratamento com antibióticos foi feito, bem como um tratamento com laser para tratar do machucado. Mas, com o tempo, veio a piora. Conforme contou a filha, Losangela Aparecida, ao G1, no dia 25 de junho a perna do idoso começou a inchar bastante. A pele começou a se soltar, apresentando uma textura gosmenta.
No dia seguinte, a ferida antiga se abriu e causou um furo na perna, de onde saiu muita secreção contaminada, com mau cheiro e escura. Então, devido ao quadro visivelmente perigoso, no sábado a família levou seu Adalto para o Hospital Irmã Dulce.
O médico que o atendeu disse que internaria seu Adalto, pediria um exame de ultrassom e daria um encaminhamento para atendimento com um cirurgião vascular. Porém, não foi isso que aconteceu.
Quando o médico verificou o ferimento na perna no idoso, constatou que havia muitas larvas sobre a ferida aberta. Esse é um quadro de miíase, que ocorre quando moscas pousam em feridas abertas e deixam seus ovos, que depois eclodem com as larvas.
Nesse caso, é necessário remover as larvas, limpar muito bem a ferida e tampá-la, além de dar um tratamento com antibióticos, pois essas moscas podem carregar bactérias muito perigosas. Se não for devidamente tratado, corre o risco de amputação do membro afetado.
No caso do seu Adalto, a ferida foi tratada, mas o idoso não fez o ultrassom nem recebeu encaminhamento para o especialista. Ele ficou o sábado em uma sala no hospital, sentado em uma poltrona, onde acabou passando a noite. No domingo de manhã ele recebeu alta.
Losangela, filha do idoso, não entendeu como o Hospital pôde dar alta ao pai sem dar uma continuidade ao tratamento. Ela recebeu a ligação de uma médica que informou que só iriam limpar a ferida para remover as larvas, e então ele estaria de alta. Nem o ultrassom, nem a consulta com especialista seriam necessárias.
A justificativa era de que o idoso estava correndo o risco de contrair coronavírus caso permanecesse no Hospital. Porém, só o que a família queria eram os encaminhamentos para o exame e a consulta, pois tratariam de providenciar por conta própria.
“Perguntei se ele seria avaliado por um vascular e ela me falou que não precisava, que só precisava limpar e entrar com uma medicação mais forte para matar as bactérias. Ainda perguntei sobre o ultrassom, porque queríamos saber como está por dentro. Quem vai garantir que não tem bicho lá ainda? Ela me disse que não precisava”, afirmou Losangela.
“Se tivesse mandado para casa e dessem o encaminhamento do ultrassom, a gente se virava para pagar. Nem isso fizeram. Estamos com medo de dar uma trombose ou gangrenar. Era perigoso ficar do jeito que estava. Estão esperando essa infecção agravar para ele perder a perna?”, questionou.
Em nota, a direção do Hospital Irmã Dulce informou que seguirá levantando os fatos e, posteriormente, enviará um novo posicionamento.