No dia 20 de junho, a professora Laryssa Costa estava dormindo dentro de um ônibus em Araruama, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, quando acordou e viu a mão de um homem em sua coxa.
“Eu estava voltando para casa, o senhor subiu no ônibus e sentou do meu lado, sendo que tinha muito espaço vago. Como ele era idoso, carregando um pneu, eu relevei, pela idade dele, pensando que, por isso, ele não faria nada. Eu sempre durmo no ônibus, porque a viagem de onde trabalho para onde moro é longe. E eu acabei cochilando”, contou Laryssa, em entrevista ao UOL.
Quando ela acordou e viu o idoso assediando ela, ficou assustada. “Eu achei que ele pudesse estar arrumando a posição do pneu, a primeira coisa que pensei foi: ‘Isso é coisa da minha cabeça’. Eu me mexi, ele levou um susto e tirou a mão. Eu fingi que tinha voltado a dormir e vi ele nitidamente fazendo a mesma coisa. Eu fiquei tão nervosa; fiquei com um misto de nojo e raiva” contou ela.
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A jovem teve ajuda de outro passageiro
A professora contou o que tinha acabado de acontecer e um passageiro a ajudou, expulsando o idoso do ônibus na base da grosseria, com a mesma falta de respeito que ele teve com ela.
“Esse moço pegou ele, puxou ele, tirou o pneu e começou a gritar para o motorista parar. Ele foi e jogou as coisas do idoso para fora. Ele ainda questionou por que ninguém tinha feito nada para ajudar, me perguntou se eu estava bem. Eu só tremia. Ele ainda ficou uns dois minutos comigo até eu me acalmar”.
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Na delegacia, mais machismo!
Depois que a situação tinha se acalmado, a professora foi para a Delegacia da Mulher de Araruama para registrar a ocorrência. Lá, ela percebeu que ninguém estava disposto a ajudá-la.
“Não havia nenhuma mulher, só homens. Eu fui tratada como um nada. Eu tinha o vídeo que foi feito no ônibus, uma foto que mandei para minha família mostrando que o homem estava colado no meu corpo e o policial falou que, se eu não fosse na rua comprar um pendrive para botar aquelas fotos, ele não iria anexar. Eu estava com pouco dinheiro e paguei R$ 45 em um pendrive só para colocar um vídeo de cinco segundos e uma imagem na delegacia”.
Laryssa acredita que o registro não surtirá efeito. “Eu ainda mostrei a imagem, ele disse que não significa nada. Ele perguntou o nome dele, mas eu disse que não tinha como saber. Aí ele falou que assim seria mais fácil. Fui destratada no ônibus e até na delegacia”.
A polícia civil do Rio de Janeiro foi procurada pela reportagem, mas não quis se pronunciar sobre o mal atendimento feito à vítima.
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A empresa de ônibus se manifestou a favor da vítima
Quando procurada pela equipe de reportagem, a empresa Viação Montes Brancos, responsável pela linha, informou que foi notificada e “efetuou todo o protocolo exigido pela legislação vigente”.
A empresa informou ainda que “lamenta profundamente o ocorrido” e repudia toda e qualquer forma de assédio, importunação ou desrespeito à mulher e que “as imagens de monitoramento do veículo estão à disposição da vítima e das autoridades”.
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Fonte: UOL Notícias