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Homem contrai bactéria causadora de disenteria para ganhar 7 mil dólares

Antes de mostrar os detalhes aos seguidores, ele listou os três motivos que o fizeram participar do estudo

Foto: Arquivo pessoal/Reprodução redes sociais

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Você toparia ser infectado com uma bactéria causadora de disenteria grave em troca de dinheiro? E se fosse uma pesquisa de universidade, recebendo o tratamento para cura?

Um norte-americano de 26 anos, chamado Jake Eberts, topou o desafio. Junto com outras pessoas, ele aceitou participar de uma experiência, conduzida pela Universidade de Maryland, nos EUA.

O estudo em questão é para o desenvolvimento de uma vacina para combater a bactéria Shigella, causadora da disenteria. Eberts fez parte de estudos de fase II do imunizante e recebeu 7 mil dólares para isso (cerca de R$ 35 mil).

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A experiência com bactéria para vacina contra disenteria

Eberts foi infectado em um teste de desafio, no qual os participantes recebem uma vacina experimental ou placebo (sem saber qual delas tomou) e, tempos depois, são expostos à doença contra a qual foram inoculados.

Então, antes de tomar um líquido infectado com a bactéria, Eberts recebeu duas injeções, com cerca de um mês de intervalo, e ficou em isolamento por 11 dias.

Durante o estudo, ele ficou em um alojamento junto aos outros participantes. Quando começou a apresentar os sintomas da doença, foi atendido por enfermeiras do hospital universitário.

Ele recebeu isotônicos para combater a desidratação, que é a principal causa da morte por disenteria. Dias depois, também foi medicado com antibiótico para controlar a infecção. Ele se recuperou em quatro dias.

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Sintomas muito fortes

Eberts relata que ficou muito mal e achou que “iria morrer” devido à forte diarreia a qual foi acometido, cerca de 48 horas depois de ingerir o líquido contaminado.

Ele enfrentou cólicas estomacais, diarreia com sangue nas fezes, febre de 39,4 °C e se sentiu tão exausto que levantar qualquer um de seus membros foi um esforço grande demais.

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O jovem suspeita que não tomou o placebo, porque desenvolveu uma doença muito grave. “Essa foi a doença mais brutal que já estive, e eu queria morrer por seis horas. Não consigo imaginar como essa doença é aterrorizante para uma criança pequena”, disse Eberts nas redes sociais.

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Tudo compartilhado nas redes sociais

Nas redes sociais, Eberts apresentou três razões para sua participação no estudo, antes de ser infectado:

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“1, para ajudar os menos afortunados e promover a medicina moderna (leia-se: ser bajulador e hipócrita); 2, recebo dinheiro suficiente para basicamente cobrir o aluguel pelo resto do ano; 3, sou pago mesmo que não tenha disenteria”.

Foto: Arquivo pessoal/Reprodução redes sociais

A partir daí, ele compartilhou nas redes os detalhes do experimento, dos básicos até os mais nojentos.

Ele contou que, durante o estudo, teve que usar um penico em formato de chapéu para fazer suas necessidades.

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Após se aliviar, precisava transferir as fezes para um saco de risco biológico e carregá-lo pelo corredor até os pesquisadores, que extrairiam amostras dele.

Depois que as enfermeiras pegavam o que precisavam para o estudo, ele despejava o resto de seus resíduos corporais no vaso sanitário e o encharcava com água sanitária.

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Com a notoriedade que ganhou ao relatar diariamente o estudo com a bactéria, Eberts usou seus minutos de fama para fazer o bem.

Durante seu isolamento social, ele conseguiu arrecadar mais de US$ 24 mil para o “The Water Project”, ONG que leva água limpa e segura para várias comunidades ao redor do mundo.

E quanto ao estudo, trouxe bons resultados. Os cientistas analisaram os anticorpos anti-Shigella IgA nos vários excrementos, registrando a quantidade exata e o tipo de citocinas que estão nas fezes dos pacientes e, assim, que tipo de resposta imune a vacina produzia.

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Fonte: O Globo

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