Ao longo desse último ano em que o mundo todo está vivendo a pandemia do coronavírus, as atitudes altruístas têm ganhado destaque. Em primeiro lugar estão os profissionais da saúde que, só por estarem fazendo seu trabalho na linha frente, se expondo ao vírus todos os dias, já são os maiores heróis de todos.
Mas, muitas pessoas se viram em situações que poderiam fazer algo mais pelos seus semelhantes, e de fato fizeram. Atitudes valem mais do que palavras e são capazes de transformar vidas para melhor. Nos momentos de necessidade é que os heróis aparecem, mostrando que estão ali para ajudar sem esperar qualquer recompensa.
Veja algumas histórias emocionantes de pessoas que olharam em volta e se dedicaram a ajudar o próximo, mesmo tendo que enfrentar os desafios e as dificuldades do momento crítico em que todos estão vivendo.
Tio adota sobrinhas que perderam os pais para a Covid-19
Fidencio Jacobo, que mora na Califórnia (EUA), perdeu sua irmã e o cunhado para a Covid-19. O casal deixou 5 filhas órfãs que seriam enviadas para lares adotivos e separadas.
O tio não pôde deixar isso acontecer e, junto com sua esposa, adotou as 5 meninas. Claro que não seria fácil ter mais cinco bocas para alimentar, mas ele apenas pensou em toda a dor que as irmãs iriam passar se fossem separadas.
“Foi difícil, mas não importava. Era algo que precisava ser feito. Elas são da família, então não importa. Minha família passou de três para oito”, explicou Crystal, esposa de Fidencio.
Médico entra na água da enchente para atender bebê doente
Em Tarauacá, no Acre, o médico Rodrigo Damaceno passou a ser visto como um herói quando a internet viu sua foto dentro da água da enchente atendendo um bebê doente em uma canoa. O bebê foi apenas uma das pessoas que receberam os cuidados do médico em meio ao caos.
“É a maior alagação que vivenciei no município e que está afetando mais as pessoas. Essa criança tem dois anos e está com pneumonia. Conseguimos remédios com uma farmácia local e saímos também distribuindo a medicação, porque não adianta dar só a receita se a família não tem condições de comprar”, contou.
Técnico em enfermagem atravessa rio para vacinar idosa contra Covid-19
O técnico de enfermagem João Bezerra da Silva, de 34 anos, sabia que seria perigoso esperar de uma dois meses para o nível do rio baixar e só então vacinar uma idosa de 78 anos contra a Covid-19.
Então, ele pegou a caixa térmica com a vacina, tirou os sapatos, arregaçou as calças e entrou na água. O caso aconteceu em Monteiro, Cariri da Paraíba. Ao chegar no local, João foi avisado que a estrada estava bloqueada e que a única forma de chegar aos pacientes era pelo rio. Ele não precisava ter feito o esforço, mas pensou nos pacientes em primeiro lugar.
Pra mim, foi recompensador. Tinha duas acompanhantes com ela. Elas [as três] ficaram pulando de alegria. Não acreditavam que a gente [ele e o agente de saúde] ia atravessar. E eu disse ‘a senhora não vai esperar o rio baixar’. A alegria dela, o sorriso não tem preço”, lembrou.
Motorista de app leva idosos para vacinar de graça
Para quem não tem dinheiro nem condições de saúde para andar alguns quilômetros, sair de casa para receber a vacina contra Covid-19 é um problema. Mas, com ajuda do motorista de aplicativo Sandro Carvalho, vários idosos moradores da Rocinha (RJ) puderam ir se vacinar sem pagar nada pela corrida.
“Nós precisamos de empatia, precisamos ajudar um ao outro. Infelizmente o mundo inteiro só pensa no dinheiro. As pessoas não pensam na amizade, na família. Não adianta ter todo o dinheiro do mundo quando não tem ninguém do seu lado”, disse Sandro.
Menina de 16 anos vende cabelo para comprar oxigênio para avô com Covid-19
A mexicana Ana Paola Romero viu sua família testar positivo para Covid-19 e sentiu de perto o que é a doença. Enquanto seus pais tiveram sintomas leves, o avô ficou em estado grave. Quando os médicos disseram que ele precisava de oxigênio, a menina de 16 anos começou a pensar em uma solução.
Foi então que Ana Paola pensou que poderia vender seus mais de 70 centímetros de cabelo que vinha cuidando há tantos anos. Sem ter tempo de pensar em outra solução para conseguir dinheiro, ela cortou e vendeu seu cabelo.
Depois de divulgar sua atitude nas redes sociais, a jovem ainda conseguiu levantar mais 2.500 pesos para complementar o valor necessário para o tanque de oxigênio, que custa 5.700 pesos (cerca de R$1.500).
Professora se oferece para cuidar de bebê enquanto família se recupera da Covid-19
Ser herói é ir além da sua “obrigação” e olhar com empatia para o próximo. Mais um exemplo de heroismo na pandemia foi o que fez a professora Luciana Lira, de 42 anos, que mora em Stamford, Connecticut (EUA).
Quando soube que Zully e Marvin, pais do seu aluno de 7 anos, testaram positivo para Covid-19, ela pensou em como ficaria o bebê recém-nascido da família. Então, ela entrou em contato com eles e se ofereceu para cuidar do bebê quando não tinha nem um mês de vida, enquanto os pais e o menino mais velho se recuperavam.
“Tenha coragem e ajude com o pouco que você tem. O que pra você é pouco, pro outro pode ser muito. Pode ser o suficiente. Pode ser tudo o que eles estão precisando pra passar aquele dia”, disse a professora.