Mulheres que tiveram um ou mais episódios de epilepsia devem ter redobrado cuidado com a gestação. O ideal é que a vigilância comece já no planejamento da gravidez e prossiga com um rigoroso pré-natal.
A epilepsia é uma condição clínica multifatorial que leva a crises neurológicas cuja gravidade só pode ser avaliada por um médico especializado.
A ABE (Associação Brasileira de Epilepsia) explica que essa condição clínica é definida por:
- Até duas crises não provocadas, também denominadas de reflexivas, e que são observadas em um período de 24 horas;
- Fatores de risco que definem que o paciente seja diagnosticado com epilético;
- Uma crise provocada.
É considerada como solucionada a condição daqueles pacientes que apresentaram crises epiléticas em uma faixa etária específica e não têm ocorrências há mais de dez anos. O mesmo ocorre para os pacientes que permanecem cinco anos consecutivos sem o uso de remédios para evitar as crises.
Hoje, conforme dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), a epilepsia atinge 2% da população do mundo. As ocorrências aumentam para 5% nos países em desenvolvimento. Isso quer dizer que há pelo menos 60 milhões de pessoas que convivem com a doença. Três milhões vivem no Brasil.
As ocorrências de epilepsia começam ainda na infância e adolescência. É assim com na metade dos casos.
E se a mulher com epilepsia pretende engravidar?
É preciso tratar do assunto com o médico e saber a condição específica de cada paciente. A epilepsia em si não é um obstáculo, mas cada quadro é um realidade diferente, e não é possível dizer que todas estão livres para conceber.
A consulta pré-gestação vai apurar que tipo de crises a paciente apresenta, se faz uso de medicamentos e quais os efeitos que esses podem oferecer ao feto. Há remédios que têm efeito teratogênico, ou seja, atravessam a barreira da placenta e interferem na formação do feto.
É preciso avaliar as condições da gestação que, em determinados casos, pode ser interrompida prematuramente. Há, ainda, situações em que a epilepsia pode levar à morte do feto, baixo peso ou aborto.
O cuidado com a gestação representa responsabilidade com a mãe e feto. Algumas mulheres, liberadas pelo médico, poderão engravidar normalmente. Antes, contudo, terão que passar por um período de suplementação vitamínica, para prevenir possíveis problemas à criança.
Entre as terapias mais aplicadas antes da gestação está o uso do ácido fólico. Esse componente ajuda a garantir a construção do tubo neural e evita má formações no sistema nervoso central. Quando há problemas no tubo neural, o feto pode nascer com anencefalia, meningomeolocele ou espinha bífida.
Para algumas mulheres com epilepsia, porém, não é aconselhável engravidar. Há casos em que as crises resultam de doenças genéticas em que a epilepsia é apenas um dos sintomas na rotina clínica da paciente.
De qualquer maneira, a realização do sonho da maternidade requer uma dose extra de responsabilidade e somente a avaliação de um médico especialista é suficiente para liberar ou não a gravidez de uma mulher com epilepsia.
Além de tudo, mesmo as que forem liberadas devem seguir a rotina estabelecida pelo médico.
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Fonte: http://gravidez.online/gravidez-epilepsia/