gravidez ectópica
Crédito: Freepik

Gravidez ectópica: lei quer obrigar médicos a reimplantar embrião

Será que é possível reimplantar embrião nesse tipo de gravidez, conforme pede o projeto de lei?

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Um novo projeto de lei americano quer obrigar os médicos a reimplantar embrião de gravidez ectópica. Será que é possível? Entenda o que é a situação, seus sintomas e riscos, além de entender melhor se o reimplante é mesmo possível.

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Reimplante de embrião

Um projeto de lei de Ohio, nos Estados Unidos, está sendo o centro das discussões sobre saúde. Nele, os apoiadores exigem que os médicos façam o reimplante do embrião da gravidez ectópica para o útero. Os médicos que não cumprirem o exigido serão acusados de aborto e levados para a prisão, podendo pegar entre 15 anos e prisão perpétua. A única forma disso não acontecer seria o caso no qual a vida da mãe estivesse em risco ou se ele tivesse feito tudo para salvar o feto.

Também a mulher pode ser presa e, a depender da condenação, pode até ser executada. Mas, se deixar o feto se desenvolver nas trompas, por exemplo, não vai passar muito longe disso. Primeiro, porque há o risco de hemorragia, morte e invalidez. Além disso, ainda não é possível – cientificamente falando –que se retire um feto das trompas e reimplante no útero, pois haverá falta de fornecimento de oxigênio e alimento.

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Indignado, um médico obstetra e ginecologista de Ohio, Dr. David Hackney, reservou parte do seu tempo para explicar o quanto a lei é esdrúxula. Em suas palavras, “infelizmente, uma gravidez ectópica não pode ser ‘reimplantada’ no útero. Nós simplesmente não temos a tecnologia (…) é pura ficção científica”. E finaliza: “enquanto estamos no meio de uma crise de mortalidade materna, é inconcebível considerar colocar obstáculos no caminho do tratamento para a gravidez ectópica”.

O que é gravidez ectópica

De acordo com o Ministério da Saúde, ela “corresponde à nidação do ovo fora da cavidade uterina”. Normalmente acontece nas trompas, mas pode ocorrer em outros locais também, como a parede uterina. Algumas pessoas tendem a ter maiores chances de ter esse tipo de gravidez. Entre elas, quem fez ligadura, teve infecções nas tubas, uso de DIU ou que já teve outra antes.

Sintomas

A gravidez ectópica é normalmente diagnosticada depois de 5 a 14 semanas de fecundação, sendo possível detectar através de leves traços do Beta HcG, pois muitas vezes não é percebido durante o ultrassom. Isso porque ele é realizado na região do útero e nem sempre os profissionais avaliam toda a região abdominal. Os sinais mais claros dela, além do atraso da menstruação, são um sangramento muito intenso e dor na região das trompas.

Riscos

Um dos riscos principais dessa gravidez são o de hemorragia interna, já que o feto começa a se desenvolver nas trompas, que são pequenas e sensíveis. Assim, há o rompimento e consequente sangramento intenso, que deve ser rapidamente controlado.

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Outra consequência desse rompimento é a chance de infertilidade, pois o útero depende da trompa para receber os óvulos. Se ocorrer nas duas, as chances da mulher engravidar são bastante reduzidas. Por fim, há também o risco de morte da gestante, sendo um dos principais motivos para os médicos serem contra o projeto de lei. Isso porque, além de ser impossível reimplantar o feto, a desinformação pode levar à demora no tratamento.

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