O famoso navio Titanic naufragou em 14 de abril de 1912. Uma das passageiras da terceira classe do navio era Mathilde Lefebvre, que na época tinha 12 anos.
Um dia antes do naufrágio, Mathilde supostamente escreveu um bilhete, colocou dentro de uma garrafa e jogou ao mar, simplesmente para que, algum dia, alguém o encontrasse. Esse é um hábito comum dos marinheiros e é o que se acredita que a jovem tenha feito.
Essa hipótese foi levantada quando o casal Nacera Bellila e El Hadi Cherfouh, e seus filhos, Koceila e Dihia, encontraram a garrafa com o bilhete de Mathilde em New Brunswick, uma província marítima no leste do Canadá, em junho de 2017.
O bilhete dizia: “Estou jogando esta garrafa no mar, no meio do Atlântico. Devemos chegar a Nova York em alguns dias. Se alguém a encontrar, diga à família Lefebvre em Liévin”.
O casal que encontrou o bilhete o entregou às autoridades para que fosse analisado. De fato, Mathilde, sua mãe e irmãos, que também estavam à bordo, nunca foram vistos depois do naufrágio.
O historiador Maxime Gohier afirma que a garrafa pode ser o primeiro artefato do Titanic encontrado na costa americana, já que a maioria dos restos do navio lançados no Atlântico Norte em 13 de abril de 1912 teriam seguido a Corrente do Golfo até as costas europeias. Mas não seria impossível que algumas partes tivessem ido para a América do Norte.
Em todo caso, não se pode acreditar de primeira sem que análises sejam feitas. A princípio, os cientistas que pegaram a garrafa para analisar confirmaram que “as marcas de molde na garrafa e a composição química do vidro são consistentes com as tecnologias usadas na fabricação desse tipo de garrafa no início do século XX. A rolha de cortiça e um pedaço de papel enfiado no furo da garrafa revelaram datas de radiocarbono compatíveis com a data da carta. Então, ainda não pegamos alguém que possa ter feito uma brincadeira, mas isso ainda não exclui uma farsa recente”, disse Nicolas Beaudry, da Universidade de Quebec.
Quanto à letra da carta, também é compatível com o que as crianças francesas aprendiam naquela época. Mas, as análises ainda não são conclusivas.