Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o fogo selvagem é uma doença caracterizada “pela formação de bolhas na pele e, às vezes, também nas mucosas (como boca, garganta, olhos, nariz e região genital de homens e mulheres)”. É uma doença autoimune, ou seja, desencadeada pelo próprio sistema imunológico.
Quando há um funcionamento inadequado do sistema imunológico, o corpo passa a produzir anticorpos contra o a estrutura da pele, atacando as ligações celulares. Isso faz com que elas se separem mais facilmente, permitindo a passagem do líquido e formação de bolhas. Elas se rompem depois de algumas horas ou dias, criando feridas.
Essas feridas ardem bastante e podem estar localizadas em qualquer parte do corpo, desde o topo da cabeça até os pés. Esteticamente, não é favorável e ainda impede que se pratique esportes ou outras atividades. Também conhecida por pênfigo, é uma doença muito difícil de lidar, que causa dor e limita um pouco o dia a dia de quem tem que conviver com ela. Veja quais são os seus principais sintomas.
Sintomas
Bem delimitada, o pênfigo apresenta sintomas bem claros e característicos. O próprio nome, fogo selvagem, deriva da aparência bolhosa que a pele acaba desenvolvendo. Além disso, as manchas vermelhas que ardem fazem jus ao mesmo.
Bolhas na pele
O principal sintoma do fogo selvagem é o surgimento de bolhas na pele. É como se fossem feitas por queimaduras de cigarro, cheias de líquido por dentro. Elas podem ser de diversos tamanhos, sendo normalmente no tom da pele. São sensíveis e podem estourar muito facilmente, causando dor ao paciente.
Feridas abertas
Inevitavelmente, as bolhas vão estourar e, por baixo delas, há uma pele exposta, ferida e descoberta. Claro que vai doer bastante, causando a sensação de ardor intenso, como se a pele estivesse pegando fogo. O tratamento é longo, mas com o tempo, a pele fecha novamente, até o surgimento de outra bolha.
Escoriações e batidas
Deve-se evitar ao máximo qualquer tipo de arranhão ou batida na pele, pois isso pode desencadear o processo autoimune. A partir de então, no local que sofreu a agressão, podem surgir novas bolhas. Isso vale para pancadas mais fortes ou até mesmo mais leves, fazendo com que o paciente tenha muitas restrições.
É contagioso?
De forma alguma o fogo selvagem pode ser considerado contagioso. Ele não é causado por nenhum agente externo, que possa ser propagado, como vírus, fungos ou bactérias. Também não é passado de pais para filhos, pois não tem essa característica genética. É apenas uma doença autoimune, fruto de um mal funcionamento do sistema imunológico, que ataca as células da pele.
Tem cura?
Infelizmente, o pênfigo é uma doença que ainda não tem nenhum tipo de cura documentada. Porém, existem formas de lidar com a doença, para que não se tenha um impacto muito grande na rotina do paciente. Em geral, o tratamento se dá à base de medicamentos, com rígido controle de doses, pois possuem muitos efeitos colaterais.
De acordo com a SBD, “o tratamento dessas doenças bolhosas autoimunes é realizado à base de corticosteroides orais em altas doses. Em alguns casos, é necessário acrescentar um outro medicamento, da classe dos imunossupressores”. Ambos focam no sistema imunológico, para que pare de atacar as células da pele.
Passada a crise, o paciente passa a receber uma dose de manutenção, mas raramente deixa de tomar o remédio. Há, porém, chances de acontecerem recaídas e o organismo ser novamente atacado. Nesse caso, há o ajuste da dose e foco no fim do problema, para depois reduzir novamente.