Não pense que você está criando mal o seu filho quando ele lhe responder com sarcasmo, atrevimento ou se negar a cumprir uma ordem sua.
Quando esse tipo de comportamento acontece, geralmente é por volta dos 8 ou 9 anos de idade, fase em que a criança está começando a assumir a própria personalidade.
Quando era mais novo, seu filho via os pais como as melhores pessoas, mais bonitas, que sabiam de tudo. Depois, passam a ver como os que não sabem de nada. Faz parte.
Nessa fase, a criança quer mostrar independência, vontade própria e capacidade de tomar decisões. Seu único grupo social para mostrar isso é a família, então, é contra você que ela vai se voltar.
Além disso, essa atitude é uma forma de expressar emoções, ainda que não seja a mais adequada. Então, cabe aos pais saber como reagir no momento em que o filho for respondão para educá-lo de forma eficaz ao invés de estimular ainda mais esse comportamento.
Como reagir a um filho respondão?
É importante entender em que nível de desenvolvimento o seu filho está para ser capaz de reagir de forma correta à atitude respondona dele.
A partir dos 9 anos, a criança começa a enxergar os pais e colegas de forma mais crítica, analisando as atitudes deles e avaliando as vantagens e desvantagens de cada situação.
Então elas observam mais, questionam mais e desobedecem mais. É com base nisso que você precisa seguir pelo caminho correto na hora de corrigir o comportamento.
Dê o exemplo
Desde quando é bebê, seu filho aprende observando o que você faz. Vai continuar sendo assim quando ele quiser expressar sua personalidade através de atitudes rebeldes.
Se você tem o hábito de usar sarcasmo ou grosseria, seu filho vai ver esse comportamento como permitido. Então, o primeiro passo para lidar com um filho respondão é avaliar e melhorar o seu comportamento diante dele.
Não responda na mesma moeda
Violência gera violência, então, quando o seu filho gritar e esbravejar, você precisa reagir de forma oposta. Essa é uma forma de mostrar a ele que o comportamento dele não vai afetar você, por mais que ele queira ver a sua irritação.
Respire fundo, mantenha a calma e mostre ao seu filho que você é o líder, o orientador, a pessoa que está acima do nível de conhecimento dele sobre como lidar com as coisas. Você está ali para ajudá-lo a lidar com os próprios sentimentos, sem agressividade.
Dê voz à criança
Muitas crianças reagem de forma respondona e atrevida porque não são ouvidas dentro de casa. Nessa idade elas já têm opinião sobre as coisas e precisam que essa opinião seja ouvida para aprenderem se estão avaliando as situações da forma correta.
Então, permita que seu filho participe da rotina da casa, das decisões, ouça o que ele tem a dizer sobre o que pensa e sente. Quando uma criança é ouvida e sua opinião é levada em consideração, ela não vê motivo para reagir de forma rebelde com seus pais.
Estabeleça limites
As crianças precisam de limites para saberem o que é aceito ou não dentro de casa e pela sociedade. Esses limites, quando postos em prática, vão ajudar a delinear o caráter da criança e a formar sua personalidade.
Então, seu filho precisa saber, de forma clara, o que ele pode ou não fazer. Também, precisa saber quais são as consequências dos seus atos, positivos ou negativos. E não se engane: atitudes negativas não precisam ser castigadas com surras para serem eficazes. Se fizer isso, você vai gerar mais revolta ou medo, mas não vai conseguir o respeito do seu filho.
Ajude seu filho a compreender as coisas pela forma mais lógica, pois nessa idade ele sente que já sabe de tudo e quer se mostrar mais maduro. Então, fale de forma mais madura com ele, apontando as consequências pelos atos dele, por exemplo:
“Você gostaria que alguém falasse com você dessa forma grosseira e sem educação que você falou comigo? Não posso aceitar esse seu comportamento porque faz mal a você e aos outros. Então se você fizer de novo, não vou mais confiar em você para ir sozinho naquela viagem da sua turma.”
E nunca se esqueça de cumprir com o que você prometer. Se o seu filho repetir o comportamento, você precisa aplicar a punição que ele já sabia que teria. Do contrário, você perderá a autoridade e o controle que seu filho espera ver em você.