Conheça a antropóloga Mirian Goldenberg, que com leveza e simpatia fala sobre o medo de envelhecer e a felicidade. Questões tão sérias e que muitas vezes são deixadas de lado, em todas as fases da vida. Que tal parar um tempinho para falar sobre isso? Vem também!
Envelhecimento e felicidade
Em entrevista para a revista Marie Claire, Mirian fala abertamente sobre o envelhecer e o quanto isso pode ser maravilhoso, se visto da forma correta. Recentemente, ela escreveu o livro ‘Liberdade, Felicidade e F*da-se’, que fala exatamente da importância de aproveitar essa fase da vida, sem se preocupar tanto com coisas que não são tão relevantes.
Ela se considera minimalista na vida: poucos e bons amigos, roupas bonitas e confortáveis e sentimentos que levem em direção à felicidade. Para isso, ela deixa para trás pessoas e energias negativas, cultivando o que há de melhor e sim, usa shortinho e biquíni, se estiver com vontade. Mas é claro que cada pessoa é única, da mesma forma que a sua forma de envelhecer.
Como ela começou a jornada
Mirian tem 62 anos e há 15 realiza pesquisas na área de geriatria, buscando compreender esse universo de forma ampla. Ela diz que nunca tinha pensado sobre o próprio envelhecimento, até um dia em que foi ao dermatologista. A pesquisadora só queria um protetor solar adequado, mas saiu cheia de reflexões e decidida a entender o que é o envelhecimento e suas nuances.
Analisada dos pés à cabeça, o médico sugeriu que, além do protetor, ela fizesse uma cirurgia para levantar as pálpebras, fizesse preenchimento e aplicasse botox. Então ela se perguntou se o envelhecer não deveria ser natural, além de refletir sobre a exigência da juventude eterna, principalmente sobre as mulheres.
A mentira da juventude eterna
Ela não existe, felizmente. A vida é um ciclo e o corpo irá sim sucumbir ao tempo. Mas isso não deve ser uma coisa temida e sim aproveitada. Ao mesmo tempo em que o corpo se modifica, também a mente amadurece. O que era impensável antes, agora não vale tanto. Se era fundamental, agora é acessório. Tudo se modifica, e saber aproveitar isso vem com o tempo.
Ela conta sua experiência estudando a relação da mulher com a necessidade da juventude eterna, em diversos lugares do mundo. E sua descoberta só confirma o que você já deve saber: a brasileira tem verdadeiro pavor da chegada da idade. A mídia, as relações e até mesmo médicos incentivam essa busca pelo eternamente jovem.
Sem medo de envelhecer
A idade chega e já não se precisa viver tantos papeis. Há também uma menor pressão sobre o que será ou o que é, tendo a liberdade para se manifestar como é de verdade. Para a pesquisadora, liberdade rima com felicidade — e ela está certa! Viver a velhice (e a juventude, a infância…) em plenitude é o segredo da felicidade.
Não criar expectativas também é fundamental, aproveitando o agora e não deixando para ser feliz quando tudo já estiver resolvido. Para finalizar, uma reflexão deixada por Mirian: “ao invés de perguntar ‘o que me falta para ser mais feliz?’, que tal pensar ’em que momento eu me sinto mais feliz?’. Isso é muito mais simples”.