A febre amarela é uma doença viral transmitida pelo mosquito do gênero Flavivirus febricis. Dados históricos mostram que essa espécie existe há mais de 3 mil anos e chegou ao Brasil junto com os navios que vinham da África no período colonial. Conheça seus tipos, sintomas, como é feito o diagnóstico e o tratamento.
Quais os tipos
Os tipos existentes de febre amarela são dois e variam conforme o habitat do mosquito. Existe a febre silvestre e a urbana.
Silvestre
O tipo silvestre acontece quando os mosquitos Haemagogus e Sabethes picam os macacos e também os homens não vacinados que entrem no habitat dos macacos.
Urbana
O tipo urbano é transmitido pelo já conhecido Aedes aegypti, o mesmo mosquito transmissor da dengue, da zika e da chikungunya. Com todas as campanhas que já foram feitas para a prevenção dessas doenças, as pessoas já devem saber que esse mosquito gosta de água parada e que a doença acontece quando ele pica uma pessoa doente e depois pica outra pessoa saudável, que passará a ter a doença.
Erradicação
O tipo urbano já foi erradicado no Brasil, mas após o último caso registrado em 1942, ainda ocorreram alguns casos do tipo silvestre. Portanto, todo cuidado é pouco. Qualquer pessoa que more ou trabalhe próximo de regiões silvestres, onde ainda pode haver macacos e mosquitos infectados, deve estar vacinada.
Sintomas da doença
A febre amarela pode apresentar sintomas muito leves ou graves, chegando a causar a morte da pessoa infectada. A forma que acontece a infecção começa pelos vasos linfáticos, assim que a picada acontece. Depois, o vírus começa a infectar células dos pulmões, coração, rins, fígado, sistema digestivo, podendo até mesmo infectar o cérebro.
Olhos amarelados
Logo que o vírus começa a se espalhar, a pessoa fica com olhos e pele amarelados, por isso o nome da doença.
Sintomas clássicos
Além de ficar com os olhos amarelados, que é um dos principais sintomas para se desconfiar, o corpo também reage através dos sintomas clássicos da maioria das doenças que são mal estar, dor de cabeça, calafrios, cansaço, vômito, dores musculares e diarreia. Esses sintomas costumam acontecer até seis dias após a picada.
Sintomas por complicações nos órgãos infectados
O que pode levar à morte são as complicações no funcionamento dos órgãos infectados, que podem ficar comprometidos. Por isso, o tratamento imediato ao desconfiar dos sintomas é essencial. Essas complicações ocorrem com uma minoria de pessoas infectadas, mas devem ser consideradas.
Geralmente, aparecem 24 horas após a recuperação dos sintomas clássicos, que duram cerca de 3 ou 4 dias. Essa fase é a chamada tóxica em que o vírus pode afetar fígado e rins fazendo a febre voltar, causando dor abdominal, urina escura, dores abdominais e sangramento dos olhos, nariz, boca ou estômago.
Diagnóstico e tratamento
Para diagnosticar a febre amarela, o médico irá observar esses sintomas mencionados e outros fatores de risco relacionados ao ambiente. Também, se a pessoa já havia sido vacinada. Mas para chegar ao diagnóstico mais preciso serão feitos exames de laboratório.
Se houver a confirmação da doença, imediatamente devem-se tomar providências para que toda a população seja vacinada, pois essa é a única forma de evitar o contágio.
Para a pessoa doente, o tratamento é à base de internação para que fique em repouso e em observação médica constante para evitar complicações.
Não existe um tratamento com medicamentos específicos para acabar com o vírus no organismo. Apenas medicação para dar suporte e evitar que o quadro do paciente se agrave.
A prevenção é o melhor tratamento
Se não há como acabar com o vírus em pessoas já infectadas, há como prevenir. Existe uma vacina segura e eficaz, de dose única e gratuita. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, não é necessário tomar a vacina mais de uma vez durante toda a vida.
Mas como no Brasil existe um risco maior de infecção devido às várias localidades com mata e falta de saneamento básico, a vacina é feita em duas doses e deve ser reforçada depois de dez anos nas pessoas que vivem nestas áreas de maior risco.
Quem for viajar para as zonas de risco também deve se vacinar. O Ministério da Saúde fez um cronograma acordado com todos os estados para a vacinação de toda a população até 2019.
Contraindicações da vacina de febre amarela
Não é recomendado que a vacina seja aplicada em:
- Gestantes e lactantes;
- Bebês com menos de seis meses;
- Pessoas portadoras de HIV, tumores malignos ou outras doenças que afetem o sistema imunológico;
- Pessoas com sensibilidade aos componentes da vacina (gelatina, proteína do ovo, eritromicina);
- Além destes, pacientes com mais de 60 anos devem ser avaliados por um médico antes de tomar a vacina, pois nessa idade há maior risco de efeitos colaterais.
Mesmo fora das áreas de risco, mantenha os cuidados básicos
Seja para prevenir essa ou as outras doenças transmitidas por insetos e pequenos animais, é importante tomar cuidados com o ambiente em que vive.
- Não deixar água parada em potes, vasos, pneus e outros;
- Passar repelente no corpo e na roupa a cada quatro horas;
- Se estiver em áreas de risco, usar roupas compridas e mosqueteiros para dormir;
- Se for viajar para áreas de risco, consultar um médico com antecedência para saber se a vacinação será necessária, caso sim, deverá ser tomada 10 dias antes da viagem.
Faça a sua parte. Ajude a manter a febre amarela longe de todos. O menor descuido pode ser fatal. No vídeo abaixo, o Dr. Drauzio Varella fala mais sobre a doença: