Muitas mães e pais acham fofo ver os filhos pequenos vestidos como miniadultos. Mas, será que exigir isso dos filhos, pode trazer consequências negativas para a autoestima deles?
De acordo com conselheira familiar Yessica McGregor, formada em Ciências da Família, “adultizar” as crianças pequenas podem sim trazer consequências prejudiciais ao longo do crescimento.
Claro, brincar de vestir a roupa da mãe ou do pai é outra coisa. O problema está em só dar opções de uma aparência “adultizada” para a criança, incentivando-a a crer que precisa estar sempre com determinadas roupas, cabelo e acessórios para se sentir bonita.
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O problema de vestir as crianças pequenas como adultas traz consequências principalmente para as meninas, já que, não é de hoje, elas vivenciam a hipersexualização com marcas que vendem sapatos de salto para crianças, minissaias e até lingeries para as pequenas.
Há algumas décadas já víamos esse incentivo da mídia por meio de programas de televisão e músicas. Agora, com a internet cada vez mais presente na vida das crianças desde cedo, os estímulos são cada vez mais constantes.
Acontece que, hoje em dia, o processo de hipersexualização se tornou muito popular na sociedade, uma vez que, em todos os lugares, os meios de comunicação e publicidade incitam as meninas a crescerem mais rápido, o que gera as seguintes consequências, de acordo com Yessica McGregor:
Vida sexual precoce
Quando as meninas são instiladas com ideias inadequadas para sua idade, isso pode gerar um comportamento sexual precoce, fazendo com que elas iniciem a vida sexual antes dos 15 anos. Muitas meninas pararam de brincar de boneca para cuidar de um bebê de verdade, enfrentando este e muitos outros desafios de ser mães tão cedo.
Transtornos alimentares
Você, como mãe, é o primeiro modelo de feminilidade na vida de sua filha. Já se perguntou quais mensagens você passa para ela no dia a dia?
Muitas vezes, comportamentos que não são apropriados para a idade de sua filha são encorajados inconscientemente em casa.
Por exemplo, palavras como dieta, light, gorda etc., estão normalmente presentes em seu vocabulário? Isso faz com que meninas de 8 anos comecem a se preocupar em manter um corpo “ideal”, gerando transtornos alimentares cada vez mais cedo.
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Um mundo superficial = Baixa autoestima
As menininhas de hoje estão brincando de dançar como artistas que reproduzem movimentos sexuais no palco, de se vestir como seus ídolos femininos ou de ter uma aparência física atraente.
Pode parecer algo inofensivo, até porque a criança só enxerga a dança, não a sexualização daquele contexto.
Mas, aos poucos, vai entendendo que o esperado pela sociedade é que ela se comporte daquele jeito, use aquelas roupas, acostume-se com aquele vocabulário.
O que os pais devem fazer a respeito?
Não adianta querer impedir que seus filhos pequenos tenham contato com o mundo real. Mas, cabe a você saber explicar, de forma simples e clara, que cada coisa tem seu tempo.
As crianças podem e devem saber que existem brincadeiras para elas e outras coisas para pessoas mais velhas, que elas vão aprender mais tarde.
É importante dizer a verdade em casa para evitar que seu filho acredite em mentiras contadas por estranhos.
O trabalho da mãe e do pai é conduzir os filhos pequenos de volta à infância, construir sua autoestima em coisas muito mais profundas.
Por exemplo, elogiar o físico das crianças dizendo frases como: que olhos lindos você tem, ou como é lindo o seu vestido. No entanto, é recomendado que você também faça a criança ver como ela é maravilhosa por dentro e não apenas por fora. Ressalte suas virtudes e faça com que desenvolva amor por si mesma.
Fonte: Família