A força de vontade e o desejo de realizar os sonhos são o combustível para o sucesso, às vezes. Isso foi o que impulsionou Jonas Lopes. O ex-cortador de cana se formou em medicina e emocionou a todos em sua formatura.
Conheça a história
Jonas Lopes tem 30 anos e foi cortador de cana até os seus 15 anos de idade. Ele, que nasceu em Palmares, em Pernambuco, realizou o seu sonho em se tornar médico na última quarta-feira, dia 29 de maio de 2019. Jonas é o primeiro dos sete irmãos a ter um curso superior e diz que “agora eu só quero ajudar meus pais, dar orgulho a eles e aos meus irmãos e continuar exercendo meu amor pela medicina, distribuir esse amor para os meus pacientes. Também quero estudar, estudar e nunca parar”.
Na colação de grau, na última semana, ele recebeu uma homenagem de seus colegas e se emocionou. “Tivemos uma colação antecipada no dia 17 de junho, que foi para pegar o registro do Cremepe (Conselho Regional de Medicina de Pernambuco). Na solenidade oficial, na hora do discurso da oradora, ela disse: ‘Jonas, levante’. Em seguida, falou um breve histórico da minha vida, me parabenizou e todos os meus colegas me aplaudiram. Não aguentei e chorei demais”, emociona-se o agora médico.
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O sonho de virar médico já o acompanha desde criança, quando ele ajudava sua mãe a cortar cana na zona rural de Joaquim Nabuco, em Pernambuco. Até chegar à universidade, ele trabalhou dando aulas de reforço, em casas de jogos e também fazendo fretes em feiras. Em 2006, ele prestou vestibular para o curso de medicina e passou apenas na primeira fase. Assim, no ano seguinte, dedicou-se aos estudos e se preparou para o vestibular da Universidade de Pernambuco, a UPE.
Em 2007, ele não teve sucesso, então passou a estudar em um curso pré-vestibular. No ano seguinte, ele também não teve sucesso na prova, porém não perdeu as esperanças e estudou ainda mais, até que no ano de 2009 ele foi aprovado.
Com a ajuda de uma bolsa, o recém-formado conseguiu assistência moradia e alimentação. Por conta disso, ele viveu durante 6 anos na Casa do Estudante de Pernambuco. “Fui monitor de inglês na casa, ganhei bolsa de iniciação científica e extensão universitária”, explica.
No ano de 2014, Jonas começou um estágio na Unidade de Saúde de Joaquim Nabuco. Foi com o salário que recebia lá que ele começou a ajudar seus pais. Assim, ele recorda que “ficava atendendo e passava os casos para o médico plantonista, que é como é regulamentado pelo código de ética médica”.