Por meio da abordagem do novo Ensino Médio (que reúne áreas distintas do conhecimento no currículo), os estudantes do Colégio Santa Dorotéia, na zona norte de Porto Alegre, criaram cadeiras de rodas para cães e gatos com deficiência.
As cadeiras são estruturadas com tubos de PVC colados nos encaixes e afixados a um eixo de ferro. O assento é de elástico, preso por uma fita de velcro.
O projeto foi pensado e desenvolvido dentro de sala de aula. Em dois meses e meio de trabalho, os estudantes construíram dez cadeiras de rodas para cães e gatos com deficiência.
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“É gratificante participamos de todas as etapas: da liberdade de criar, escolher os materiais, colocar a mão na massa, até o resultado final”, diz Vítor Broker da Cunha, de 15 anos, um dos 73 estudantes do 1º ano do Ensino Médio que participam do projeto.
Para testar o novo produto criado pelas duas turmas, os próprios alunos procuraram a protetora de animais Patricia Hackmann e fizeram a proposta de fornecer as cadeiras de rodas gratuitamente.
As cadeiras ajudarão a vira-latas Moana e o gato paraplégico Pretinho a brincarem com os outros 80 animais acolhidos no sítio da Patrícia.
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“O projeto é muito bacana. Foram os alunos mesmos que me procuraram, pelo Instagram, e fizeram a proposta. Algumas pessoas acham que não vale a pena investir em um animal com deficiência”, comenta Patrícia.
Moana vive há três anos no espaço de Patrícia, no bairro Belém Velho, zona sul de Porto Alegre. Pretinho chegou durante a pandemia, após ser abandonado pelo antigo tutor no Hospital Veterinário da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Chegar ao protótipo das cadeiras de rodas para cães e gatos com deficiência exigiu uma série de encontros, formulados a partir da metodologia STEM – sigla que, em inglês, reúne as áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática.
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Com estes campos em mente, os alunos tiveram de criar, do zero, algo que lhes desse protagonismo, começando pelo brainstorm, a chuva de ideias.
Três propostas foram finalistas. A preferida, uma prótese para animais, acabou virando o projeto das cadeiras de rodas.
“Ensinar pela pesquisa é isso. Inspirar o interesse, fazer com que busquem a viabilidade, sustentabilidade e, como resultado, causar uma mudança na sociedade”, diz a professora Aline Fagundes.
Fonte: Diário Gaúcho