Ser cego em uma sociedade que não foi planejada para a inclusão de pessoas com essa deficiência é um grande desafio. Pensando sobre isso, um estudante de Macaé (RJ), criou óculos para cegos. O projeto se chama “Óculos sonar: tecnologia destinada aos deficientes visuais”.
Flávio Pires Viana, de 17 anos, apresentou a ideia dos óculos para cegos em seu trabalho de conclusão do curso de mecatrônica, na Educação Técnica do Instituto Nossa Senhora da Glória-INSG/Castelo.
O estudante foi aprovado, via Enem, no curso de engenharia em duas universidades públicas, mas quer mesmo é se tornar médico oftalmologista. Enquanto isso, com essa invenção, ele já está treinando para ser um grande profissional.
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Flávio considera que os óculos para cegos funcionam com um mecanismo simples: ele acoplou sensores de ré nos óculos, os mesmos usados em carros para estacionar, que emitem um som.
Os óculos produzem um sinal para um vibracall e para um buzzer (apito) fixado na armação, indicando a existência e a direção de qualquer objeto.
Para construir o protótipo, ele gastou R$100 e reutilizou materiais que tinha em casa. Para Flávio, foi a possibilidade de unir duas paixões: a biologia e a mecatrônica.
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Quem já testou a eficiência dos óculos para cegos foi o agricultor José Batista, de 67 anos, através da Associação Macaense de Apoio aos Cegos (Amac).
José já sofria com problemas de visão desde os 35 anos, e parou de enxergar totalmente há um ano e meio, depois de uma retinose pigmentar. Por conta disso, nunca mais conseguiu sair tranquilo e independente na rua sem esbarrar em obstáculos.
Depois do resultado positivo em seus testes com pessoas reais, Flávio continua aperfeiçoando a sua criação. Ele diz que quer patentear os óculos para cegos e prosseguir estudando para entrar em uma faculdade de medicina e fazer a diferença no futuro dos deficientes visuais.