Kawê Guilhermy é um jovem de 22 anos que acabou de se formar enfermeiro. Sua mãe, Andréa, trabalha como gari há 16 anos e o filho nunca sentiu vergonha dela por causa disso.
Pelo contrário, Kawê sempre reconheceu o esforço da mãe para dar a ele uma vida digna, apesar das dificuldades. Por isso, resolveu prestar uma homenagem a ela no dia de sua formatura.
“A minha motivação foi ver as situações que minha mãe passava. Reconheço a importância do trabalho dela, reconheço e tenho orgulho de onde vim. Isso sempre vai estar na minha essência e ela estará comigo”, contou Kawê.
Veja também: Ele estudava enquanto trabalhava como gari e foi aprovado em Harvard
O sentimento de Andréa quando viu a homenagem do filho foi de gratidão e dever cumprido, pois, ela sabe que muitos filhos sentem vergonha dos pais que trabalham como garis.
“O gari é ‘invisível’ na sociedade. Mas o Kawê nunca teve vergonha de mim. Ele sempre falou para os amigos dele que a mãe é gari, para mim é um orgulho”, contou Andréa.
O enfermeiro falou que aprendeu com a mãe a respeitar todas as pessoas, independente da profissão, e que sua conquista do diploma significa muito não só para ele, e sim para toda sua família.
“Eu sou a primeira pessoa da família a conseguir fazer o ensino superior. A gente que veio de baixo ter essa oportunidade dá um ânimo para acreditar que podemos conquistar as nossas coisas. Foi uma inspiração mostrar para as pessoas o filho de uma gari pode alcançar qualquer lugar que ele queira”, comemorou Kawê.
A conquista de Kawê começou antes da faculdade, pois ele só conseguiu uma bolsa integral do Programa Universidade para Todos (Prouni) por ser um bom aluno na escola e se dedicar aos estudos.
Mesmo sem precisar pagar as mensalidades do curso superior, o jovem sempre valorizou a conquista da bolsa e os outros gastos que sua família teve, ao longo do curso, para que ele pudesse continuar estudando e chegar onde chegou.
“Tivemos muitos desafios no caminho da faculdade, nada é fácil. Graças a Deus ele conseguiu a bolsa 100%, mas tiveram gastos mesmo assim, como com livros, por exemplo”, finalizou Andréa.
Fonte: G1