No ano de 2012, a enfermeira Marcela Casal Sánchez estava em mais um dia comum de trabalho no Sanatorio Mater Dei em Buenos Aires, na Argentina. Ao menos, era o que ela pensava.
Um acontecimento especial acabou trazendo uma transformação para a vida dela. Marcela cuidou de um recém-nascido que foi rejeitado pelos pais por ter síndrome de Down.~
A enfermeira não chegou a conhecer os pais do bebê, mas, soube que eles pediram que o berço fosse retirado do quarto da mãe e que devolveram a certidão de nascimento ao hospital, e ainda contaram aos parentes que o menino havia morrido.
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Marcela e seus colegas de trabalho ficaram muito aflitos com a situação, pois nunca tinham visto nada parecido. Como pode duas pessoas terem uma atitude tão cruel?
Enquanto os advogados do hospital e um tribunal trabalhavam no assunto, o bebê foi para a UTI neonatal para ser mais observado, onde também recebeu alimentação, cuidados, atenção e muito amor.
“Naquela época ele estava nos braços de todos. Nós o trouxemos da UTI neonatal. Nós o tiramos. Colocamos ele no berço, no ovinho, ele passou de braço em braço, como eu digo, com todas as tias. Vieram também de outros serviços para ver”, disse a enfermeira.
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Com o passar do tempo, Marcela esperava que um parente fosse buscar o bebê, mas isso nunca aconteceu. Além disso, o menino ganhou um nome novo, passando de Franco para Santiago.
Semanas depois, Santiago havia sido enviado para um lar temporário, e foi aí que Marcela decidiu reunir toda a papelada necessária para entrar na fila de adoção e ser selecionada.
Finalmente, a juíza María del Carmen Bacigalupo de Girard convocou Marcela e seu companheiro e lhes deu a boa notícia de que seriam os pais de Santiago.
“E caímos em lágrimas. O juiz estava chorando, os presentes estavam chorando, foi muito, muito emocionante”, contou.
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Marcela não precisava mais se preocupar com o destino de Santiago porque sabia que tudo ia ficar bem. Embora, com o tempo, o seu companheiro tenha decidido seguir outro caminho, ela se sente feliz por ter o filho e toda a família do hospital que esteve presente quando a criança precisou.
Hoje com 10 anos, Santiago é um menino feliz e cercado por pessoas que o amam e o aceitam como ele é.
“Ele é tudo para mim e meus pais. Ele é uma criança extraordinária, muito carinhosa e extremamente sociável. Ele ama a natureza e ama seus animais de estimação: tem cachorros e gatos”, concluiu Marcela.
Fonte: Razões para Acreditar/UPSOCL