Energético
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Energético: saiba como ele age no organismo e os riscos à saúde

Há cada vez mais casos de jovens que abusam do consumo de energético e acabam hospitalizados

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O energético é uma bebida muito popular nos bares e baladas, também consumido para dar energia antes de alguma atividade específica. Mas, ao mesmo tempo em que cumpre com seu propósito, a bebida energética carrega efeitos colaterais perigosos à saúde.

Composição do energético e como ele age no organismo

As bebidas energéticas contêm cafeína, guaraná, açúcar e taurina – um aminoácido não-essencial que atua como estimulante –, junto com a cafeína e o guaraná, enquanto o açúcar é o fornecedor de energia.

Em entrevista à BBC News Brasil, Ellen Cristini de Freitas, pós-doutora em ciências médicas e professora da Universidade de São Paulo (USP), explicou como o energético atua no organismo:

“Tanto a taurina quanto a cafeína são conhecidas como drogas psicoativas, ou seja, estimulantes diretos do sistema nervoso central — especialmente a cafeína. Nos 45 minutos iniciais, há um pico (da substância) na circulação, deixando o indivíduo mais alerta, atento, concentrado. Reduz-se o cansaço, a fadiga mental. Depois, o efeito da cafeína começa a cair e vem o efeito do açúcar”.

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Riscos do energético para a saúde

A quantidade desses ingredientes estimulantes na bebida energética é muito alto e preocupante se for consumida com frequência.

Nos energéticos, tem cerca de 80 a 90 mg de cafeína para cada 250 ml de bebida. O consumo recomendado de cafeína para adultos é de até 400 mg por dia. Dos 12 aos 18 anos, o consumo não deve passar de 100 mg por dia.

Os riscos da ingestão excessiva de cafeína são, principalmente, a curto e médio prazo. Quando o consumo é frequente, a pessoa pode sentir irritabilidade, aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca, e piora no sono.

De acordo com o cardiologista Roberto Kalil, professor da Faculdade de Medicina da USP e diretor do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês, “as principais complicações cardiovasculares decorrentes do uso em excesso dos energéticos são as arritmias (aumento desordenado da frequência cardíaca) e os picos hipertensivos. Em casos extremos, podem causar infarto agudo do miocárdio”.

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Sobre o açúcar, as doses variam conforme a marca, mas ficam entre 10 a 30 g por cada 250 ml. Em geral, um produto com mais de 15 g de açúcar por 100 g é considerado como de alto teor de açúcar.

O consumo excessivo de açúcar é um desastre à saúde. Causa danos aos dentes, sobrepeso e obesidade, problemas cardíacos, alguns tipos de câncer e diabetes.

A mistura perigosa de energético com bebida alcoólica

Todos os efeitos negativos que você viu até agora são apenas do energético puro. Mas, uma das formas mais populares de consumo é misturando a bebida energética com vodca ou uísque.

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Um dos problemas dessa mistura é que tanto a cafeína presente nos energéticos quanto o álcool são diuréticos, ou seja, aumentam o fluxo urinário e, com isso, podem levar mais facilmente à desidratação.

Mas, não é só isso. Conforme explicou Erica Siu, coordenadora do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), para a BBC News Brasil, “a cafeína é um estimulante e o álcool, um depressor. E é justamente esse contraponto que as pessoas tentam fazer: tomar um estimulante para contrapor os efeitos depressores do álcool, como o sono, para, por exemplo, durar mais na noite”.

Só que, enquanto a pessoa está bebendo a vodca com energético docinho, perde a percepção da embriaguez, pois o energético mascara o efeito do álcool.

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Então, juntando a embriaguez com os efeitos estimulantes, aumenta a possibilidade de comportamentos de risco mais intensos, como beber álcool em excesso, dirigir sem condições, ter comportamento violento ou sexual de risco.

E tem ainda os perigos dessa combinação para a saúde cardíaca, como reforçou o cardiologista Roberto Kalil. “A associação da cafeína com bebida alcoólica pode se tornar uma bomba relógio no sistema cardiovascular, mesmo nos mais jovens. Se a pessoa já tem doença cardiovascular, como arritmias cardíacas e doença das coronárias, o cuidado tem que ser redobrado”.

Mesmo efeito do café

No Brasil, o energético é regulamentado pela ANVISA e respaldado por pesquisas e padrões internacionais. A regulamentação estabelece o limite de 350 mg de cafeína por litro de energético.

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Dessa forma, uma lata de 250 ml pode ter cerca de 87 mg de cafeína, quase o mesmo que uma xícara de café coado (90 mg/200 ml).

Então, para quem bebe energético porque gosta do sabor e das combinações com outras bebidas, essa informação não faz muita diferença. Mas, para quem apenas deseja uma bebida estimulante, o café é um substituto mais benéfico ao organismo.

Veja também: Chás energéticos para aumentar a disposição

Artigo com informações de eCycle e BBC

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