A DST ou doença sexualmente transmissível é uma forma genérica de se nomear a contaminação por vírus, bactérias e fungos através da atividade sexual desprotegida e outras formas menos comuns.
Quem tem vários parceiros ou alterna frequentemente e esquece ou não gosta do uso de preservativos, tem maiores chances de se contaminar.
10 milhões de brasileiros já tiveram ou tem alguma DST
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 10 milhões e 300 mil pessoas no Brasil já tiveram ou tem alguma doença venérea. Desse conjunto, 18% dos homens não procurou ajuda médica, assim como 11,4% das mulheres.
Os homens estão mais propensos em 31,2% a contrair esse tipo de doença, aumentando em até 18x as chances de ter Aids. Segundo a Drª Rosa Leme, há muitas doenças cujos sintomas aparecem e somem, mesmo com a presença do vírus, a exemplo da herpes.
Alguns sintomas costumam passar despercebidos mas, se prestar atenção aos sinais do corpo, é possível identificar as doenças correspondentes. Aprenda a identificar cada doença para que sua visita ao urologista ou ginecologista possa ser mais embasada.
Tipos de DST mais frequentes e seus sintomas
1. Gonorreia
Essa DST é causada por uma bactéria chamada Neisseria Gonorrhoeae, comum em homens e mulheres adultos com vida sexual ativa.
Ela pode ser transmitida por relações sexuais, sejam através da vulva, ou por vias anais ou orais. Os primeiros sinais são dor na garganta ou inflamação na região que entrou em contato com o órgão contaminado.
Os sintomas começam a aparecer cerca de 1 a 3 dias após o contato, sendo eles:
- Dor ou ardor ao urinar
- Secreção amarela, com ou sem sangue
- Sangramentos
- Dores durante a relação sexual
- Inflamações na garganta, olhos ou nas partes genitais
Para confirmar, é necessária uma solicitação médica para a realização de um exame laboratorial, após o clínico epidemiológico.
2. Herpes
Esta DST é muito comum, sendo transmitida por um vírus, o herpes simplex, cujo foco de atuação é a pele e mucosas, como as dos genitais. Seus sintomas são:
- Secreção vaginal
- Febre alta
- Fortes dores de cabeça
- Fortes dores musculares
- Ardor ao eliminar a urina
- Apresentar na região genital uma coceira intensa, queimação ou glândulas com tamanho alterado
- Dor forte nas pernas, ânus ou em toda área genital
Para que se possa ter um diagnóstico preciso, é necessário um exame clínico em um médico especialista.
3. AIDS
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, AIDS, é causada pelo vírus HIV, que ataca os glóbulos brancos, deixando o corpo sem defesa e muito mais vulnerável a contaminação de outras doenças, seja uma gripe, que vem com muito mais força ou até mesmo a tuberculose ou câncer.
Seus sintomas são facilmente confundidos com outras afecções, mas quando juntos, fazem um quadro mais ou menos nítido para o médico especialista. São eles:
- Febre alta por mais de 3 dias
- Suores noturnos
- Fadiga
- Perda de peso muito brusca
- Cefaleia intensa
- Inchaço dos linfonodos
- Enjôo, vômitos e desarranjo intestinal
- Tosse seca
- Feridas por toda a pela
- Queda na capacidade de memorização
A única forma de diagnosticar a doença é através de exame de sangue, normalmente levando alguns dias para o resultado. Há procedimentos mais modernos que coletam apenas uma gota do sangue, da ponta do dedo e entregam o resultado em 30 minutos.
Veja também: Sintomas da AIDS mais comuns e que não devem ser ignorados
4. Clamídia
É a mais comum se todas, tendo como principal característica o fato de ser geralmente silenciosa, porém com tratamento simples. O desconhecimento pode acarretar a outras doenças mais sérias, então é bom dar atenção aos sintomas.
- Ardor ao urinar
- Dores na região do abdome
- Secreção no órgão genital masculino
- Dores durante a penetração
- Sangramento após a relação
- Sangramento fora do período menstrual
- Dores nos testículos
- Dores e corrimento no ânus
Para o diagnóstico, serão coletadas secreções do colo do útero, da uretra e do ânus, com o resultado em torno de 7 dias, a depender do laboratório.
5. Cancroide
Conhecida como cancro mole, é causada pela bactéria hemophilus ducreyi. Essa doença causa feridas extremamente difíceis de tratar e dolorosas, na região genital.
É mais comum entre homens, mas também pode afetar mulheres, ocorrendo em grande quantidade na América do Norte.
Seus sintomas podem aparecer no dia seguinte até 15 dias depois da relação sexual sem proteção, sendo eles:
- Feridas dolorosas que medem entre 3 mm e 50 mm;
- Presença de secreção de cor amarela acinzentada, extremamente contagiosa;
- Sangramento local;
- Dores ao ter relações e ao urinar;
- Elevações na virilha, muito doloridas, que podem liberar pus.
O diagnóstico pode ser clínico, epidemiológico ou laboratorial.
6. Sífilis
Bastante conhecida, a sífilis é oriunda da contaminação pela bactéria treponema pallidum, e pode ser congênita – quando a mãe contamina o bebê durante o parto – ou adquirida, que acontece, normalmente, por relações sexuais desprotegidas. Pode ainda, em raras ocasiões, ocorrer por causa de transfusões de sangue.
Ela tem 3 estágios de desenvolvimento, o primário, secundário e terciário, sendo que esse último pode ter consequências seríssimas. Os principais sintomas são:
- Bolinhas vermelhas ou feridas nos pés e mãos que não coçam e somem;
- Febre alta;
- Dor na garganta, na cabeça, nos músculos;
- Queda de cabelo;
- Inchaço das glândulas;
- Perda de peso;
- Fadiga.
Para diagnosticar, será solicitado o exame laboratorial VDRL, após exame clínico.
7. HPV
Extremamente perigoso se não for descoberto no início, pois é um dos responsáveis pelo grande número de câncer do colo do útero. O HPV é causado pelo papiloma vírus humano, sendo necessário que se faça todo os anos o preventivo, com um ginecologista, para evitar que passe sem ser notado.
Seus sintomas podem não ser visíveis a olhos nu, então uma consulta anual para o preventivo pode evitar muita dor de cabeça. São eles:
- Verrugas nos órgãos genitais masculinos
- Verrugas na boca e garganta
- Infecções no colo do útero
Para seu diagnóstico, podem ser realizados o papanicolau, colposcopia, vulvoscopia, peniscopia ou anuscopia.
8. Candidíase
Manifestando-se na maior parte das vezes apenas quando o sistema imunológico está fraco, a candidíase pode se ocultar, sendo uma DST fúngica muito comum. Seus sintomas são:
- Coceira na região íntima;
- Vermelhidão;
- Dores, durante e fora das relações sexuais.
O diagnóstico é através de exame clínico e seu tratamento realizado com pomadas antifúngicas, receitadas pelo especialista.
9. Tricomoníase
Essa DST é causada por um parasita, o trichomonas vaginalis, sendo muito mais comum em mulheres do que homens, porém para eles, as consequências podem ser bem piores do que para elas. Seus sintomas são:
- Inflamações na área genital feminina – vaginite;
- Corrimento;
- Uretrite;
- Inflamação da próstata.
10. Hepatite C
Causada pelo HCV, a hepatite C não tem a relação sexual como principal forma de contaminação, mas pode acontecer em casos específicos. Pode acontecer também através de transfusão de sangue, compartilhamento de drogas e de materiais de higiene pessoal, tatuagem ou piercing.
A mãe pode contaminar o bebê durante o parto, sendo essa uma condição muito rara. No início do ciclo de contágio, não há sintomas, mas quando crônica, pode apresentar:
- Inchaço e dores abdominais;
- Urina escurecida;
- Cansaço;
- Coceira;
- Fadiga;
- Vômito.
O diagnóstico se dá através de exame de sangue laboratorial.
Essas são as doenças mais comuns, porém existem muitas outras. É importante que não se tente resolver qualquer desses sintomas com crendices populares ou pomadas genéricas. Um bom acompanhamento vai evitar que elas cheguem a um estágio mais elevado de contaminação.
Vá ao médico todos os anos e faça seus exames de rotina, mesmo que tenha um parceiro estável. Quanto mais você se cuida, menores são as chances de surpresas desagradáveis e maiores as chances de cura.
Claro que não podemos deixar de falar da prevenção. Usar a camisinha, seja masculina ou feminina, vai evitar muita dor de cabeça. Então, ame-se e cuide-se!