Um novo estudo indica que droga antiga pode reverter sintomas do autismo, que costumam aparecer durante a infância. O autismo é uma série de transtornos de desenvolvimento grave, que prejudica a capacidade de se comunicar, socializar e interagir.
Segundo a Sociedade Autista, associação americana, só nos Estados Unidos cerca de 3,5 milhões de pessoas são autistas e a estimativa é que cada um deles gaste cerca 2,5 milhões de dólares ao longo da vida com medicamentos.
Além do caro custo de vida, os sintomas como a não-verbalização, os movimentos repetitivos e a falta de interação dificultam a vida de quem tem e também de seus familiares. Entenda melhor o estudo realizado nos Estados Unidos, que descobriu que uma droga antiga pode reverter sintomas do autismo.
O estudo
O estudo com a droga antiga foi realizado pelo médico e professor Robert Naviaux, co-diretor do Centro de Doenças Mitocondriais e Metabólicas da Universidade de San Diego, juntamente com os seus colegas, em 2017. No estudo eles testaram a suramina, uma droga desenvolvida para tratar parasitas em 1916.
Para a parte do ensaio clínico, quando a droga é testada em humanos, dez meninos autistas com idades entre 5 e 14 anos participaram. Cinco dos meninos receberam uma única dose de suramina, já os outros cinco receberam um placebo.
As crianças que receberam a dose de suramina tiveram uma incrível mudança, apresentando melhorias no comportamento social, comportamentos repetitivos e restritos além de uma considerável melhora na linguagem. Dois meninos que não falavam, um de 6 anos e outro de 14 anos, disseram as suas primeiras palavras uma semana após a dose.
Os pais de todas as crianças que participaram do estudo tiveram que registrar qualquer alteração no estado normal de seus filhos. Tornando assim o acompanhamento dos efeitos da suramina e do placebo mais fácil para os médicos.
O pai do menino de 14 anos, que falou as suas primeiras palavras, disse em entrevista que o comportamento do filho mudou drasticamente. Ele disse que uma hora depois da dose o seu filho já apresentava uma melhora. Ao longo das seis semanas, o garoto de 14 anos avançou praticamente 3 anos, segundo o seu pai, conseguindo verbalizar e interagindo socialmente. As crianças que tomaram o placebo não apresentaram nenhuma melhora.
Apesar dos resultados notáveis alcançados pelo estudo, os benefícios da droga são temporários, como foi analisado. Isso encoraja para que a pesquisa possa ser estendida e testada em um número maior de pessoas e por um período mais longo.
Estudo: EurekAlert!