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As 5 doenças causadas por bactérias consideradas mais graves

Tuberculose, meningite, hanseníase, tétano e cólera: essas doenças não estão extintas e você precisa conhecê-las melhor.

Crédito: Freepik

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Há quem confunda doenças causadas por bactérias e por vírus, mas é importante saber a diferença para ter ideia de como fazer o tratamento adequado. Grande parte das doenças humanas são causadas pelas bactérias e também podem ser prevenidas. Existem as doenças transmitidas por ar, pela comida ou que se desenvolvem no organismo que está com a imunidade muito baixa.

Quando fala-se em bactéria, não quer dizer que sejam todas a mesma. Cada tipo vai causar uma doença diferente, com determinados sintomas, e por isso é necessário de um remédio específico para combatê-la.

Os remédios que matam as bactérias são os antibióticos. Mas você vai saber agora, em mais detalhes, quais são as principais doenças causadas por bactérias, os sintomas, formas de transmissão e o tratamento.

5 Doenças causadas por bactérias consideradas graves

Certamente você já ouviu falar de todas as doenças listadas a seguir, mas talvez não soubesse que são doenças causadas por bactérias. Conheça as formas de transmissão para poder se prevenir.

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1. Tuberculose

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A primeira da lista das doenças causadas por bactérias é a tuberculose, uma doença altamente contagiosa. Ela pode ser transmitida pelo ar, pela saliva ou o contato direto com outras secreções do corpo da pessoa contaminada. É preciso que a bactéria entre em contato com o pulmão da pessoa para que a doença comece a agir.

É uma doença grave e que pode afetar diferentes partes do corpo, como rins, ossos, pele, cérebro e coluna vertebral.

A bactéria que causa a tuberculose se chama Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch. O Ministério da Saúde estima que somente no Brasil há cerca de 70 mil casos registrados da doença, sendo que desses, 4,6 mil pessoas morrem.

Os principais sintomas da tuberculose são tosse, febre alta, falta de ar, dor na região do tórax, perda de peso, mal-estar e palidez. Como esses são sintomas comuns de várias outras doenças, é preciso ficar atento para não deixar de tratar o quanto antes, impedindo que a bactéria se espalhe. O médico a ser procurado para exames é o pneumologista.

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A tuberculose tem seu início nos pulmões, quando a bactéria irrita essa região. Se ela vai para outras partes do corpo, deixa o sistema imunológico do paciente bastante debilitado. Nem sempre uma pessoa em contato com a bactéria vai realmente pegar a doença, se o seu sistema imune estiver forte o suficiente para combatê-la. Mas se não estiver, rapidamente as bactérias vão se multiplicar, onde vão surgir os sintomas.

Também pode acontecer de a bactéria ficar adormecida no organismo por um longo tempo e só acordar quando a imunidade da pessoa baixar. Então às vezes pode ser enganoso pensar que o contágio foi recente.

Para fazer o diagnóstico o médico pode pedir os exames de raio-x do tórax, baciloscopia do escarro e prova tuberculínica. Depois de confirmada a doença, o tratamento é feito com antibióticos e dura em média 6 meses, conforme o caso, pois a bactéria demora para sair completamente do organismo. Por isso o tratamento deve ser levado à risca até o final, mesmo que os sintomas melhorem.

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2. Meningite

Crédito: Freepik

Outra das mais graves doenças causadas por bactérias, a meningite inflama as meninges, que são membranas que circundam o cérebro e a medula espinhal. Essas membranas têm justamente a função de proteger essas partes do corpo contra infecções. Assim como a tuberculose, é uma doença altamente contagiosa, e além da bacteriana há tipos causados por fungos e por vírus também.

No início do contágio a bactéria não vai causar sintomas preocupantes, mas a pessoa doente já pode transmiti-la através da tosse e de espirros. A bactéria entra na corrente sanguínea e chega ao cérebro. Por isso outras formas mais raras de contágio são por cirurgias, infecção de ouvido e fraturas.

Os diferentes tipos de bactérias que podem provocar a meningite são Neisseria meningitidis, Listeria monocytogenes, Haemophilus influenzae, Streptococcus pneumoniae, Staphylococcus aureus, Escherichia coli e Klebsiella sp.

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Os sintomas iniciais mais comuns da doença são dores de cabeça repentinas e intensas, febre, pescoço enrijecido, náuseas, baixa tolerância à luz e vômito. Eles podem surgir logo algumas horas depois do contágio ou até 2 dias depois.

Além desses sintomas, conforme a bactéria vai se alastrando, vão ocorrer febre alta súbita, confusão mental, dificuldade de concentração, falta de apetite, sonolência, rachaduras e manchas vermelhas na pele e convulsões.

Para fazer o diagnóstico, o clínico geral poderá fazer exames como punção lombar para examinar o fluido espinhal, cultura de sangue e exames de imagem. Para o tratamento existem vários antibióticos que podem ser usados, entre eles a ampicilina, a penicilina, a dexametasona, a ceftriasona e o cloranfenicol. Entretanto, é possível prevenir a meningite através da vacinação gratuita.

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3. Hanseníase

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A hanseníase é a doença popularmente conhecida por lepra e considerada uma das mais antigas de que se tem registro. Carrega esse nome porque foi registrada, em 1873, pelo médico Gerhard Armauer Hansen, que identificou o bacilo causador da doença.

É causada pela bactéria Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen. Ela causa lesões nos nervos periféricos, diminuindo a sensibilidade da pele. Junto com esse distúrbio podem surgir manchas nas mãos, nos pés, nos olhos, braços, nádegas, pernas, costas, orelhas e rosto. Varia conforme cada caso.

Embora tenha cura, o tratamento é prolongado para evitar a transmissão a quem convive com o paciente e também para prevenir que outros problemas de saúde sejam desencadeados.

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Antigamente e até 1962 as pessoas com hanseníase eram obrigadas a serem isoladas do convívio social e a queimar todos os seus pertences, porque não havia muita informação sobre a doença. Mas hoje em dia já se sabe que não há necessidade. Existem medicamentos para o tratamento e que são fornecidos pelo SUS.

Existem 4 tipos de hanseníase, classificadas conforme o organismo do paciente responde à presença da bactéria. No tipo indeterminante, o sistema imunológico consegue se livrar da bactéria sozinho, surgindo apenas uma pequena mancha na pele, avermelhada, com pouca perda de sensibilidade e bordas um pouco elevadas.

O tipo paucibacilar é o que ocorre nas pessoas que têm alta resistência ao bacilo de Hansen e o sistema imunológico não consegue combater, mas não deixa que se espalhe. Surgem manchas também avermelhadas na pele, pouco dormentes e podem causar dor e atrofiar músculos próximos das lesões.

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Há ainda os tipos borderline, em que as manchas podem atingir grandes áreas da pele e nervos próximos das lesões, e a multibacilar, que o tipo mais grave e contagioso, onde surgem no mínimo seis lesões na pele e ocorre quando o organismo do paciente não consegue impedir a proliferação da bactéria.

Em todos os casos a bactéria entra no corpo pelas vias respiratórias ou pela saliva até chegar aos nervos periféricos e a pele. Ela pode ficar incubada no corpo entre 2 a 5 anos até manifestar sintomas. O cuidado que se deve ter para não contrair a doença é especialmente com a higiene pessoal e do ambiente, e claro, com uma pessoa já contaminada com o tipo mais grave, o multibacilar, e que não esteja se tratando.

Em cada caso da doença podem surgir diferentes sintomas além das manchas, de perda de sensibilidade e de dores. Depois de diagnosticada, a doença será tratada com uma poliquimioterapia, na qual são usados antibióticos que impedem a proliferação da bactéria até que ela morra. O tratamento é gratuito para todas as pessoas.

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4. Tétano

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Outra das doenças causadas por bactérias que todo mundo já ouviu falar mas nem sempre sabe do que se trata é o tétano. É considerado grave e é causado pela bactéria Clostridium tetani que entra no organismo através de feridas, produzindo uma toxina que afeta o sistema nervoso central.

Como resultado, a toxina provoca dores muito fortes, contração muscular e pode levar à morte. Por ser tão grave, é outro tipo de doença que pode ser prevenida com a vacinação. Os tipos da doença são:

  • Tétano cefálico: tipo raro que entra no organismo por feridas na cabeça ou otite;
  • Tétano neonatal: também raro, ocorre quando a bactéria infecta o cordão umbilical;
  • Tétano generalizado: é o tipo mais comum e afeta o corpo inteiro, com dores e contrações musculares generalizadas;
  • Tétano localizado: nesse tipo as contrações musculares são localizadas, como nas mãos, pés e braços.

Diferente do que o conhecimento popular acredita, não é apenas nos objetos enferrujados que a bactéria se encontra. Pode-se pegar tétano ao andar descalço pela terra, em ferramentas não esterilizadas.

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O risco existe desde que a pessoa tenha uma ferida aberta ou uma parte exposta propositalmente, como para cirurgia, tatuagem ou procedimento estético, pois a bactéria está por toda parte.

A pessoa contaminada vai sentir contrações musculares que começam no maxilar e se estendem para outras partes do corpo, podendo começar espontaneamente ou desencadeadas por sustos. Vai sentir dificuldade para abrir a boca, rigidez muscular, riso involuntário, forte espasmo do músculo da coluna, fazendo a pessoa ficar em forma de arco para trás.

A insuficiência respiratória também pode ocorrer, o que é um dos sintomas com maior risco de levar à morte.

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Depois de o médico observar os sintomas e o possível local de entrada da bactéria, o tratamento só pode ser feito para tratar a infecção, mas não há cura garantida. É preciso esperar que o organismo metabolize a toxina liberada pela bactéria. Enquanto isso, a ferida é tratada, são usados antibióticos e imunoglobulina para anular a toxina. Alguns casos podem precisar de internação com respirador.

5. Cólera

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A cólera também está entre as doenças causadas por bactérias consideradas graves. Ainda é uma doença de bastante incidência e ocorre através da água e de alimentos contaminados com a bactéria Vibrio cholerae. Quando entra no intestino, a bactéria libera toxinas que causam sintomas parecidos com os de uma intoxicação alimentar. Mas se a pessoa estiver com o sistema imunológico fortalecido, em boa parte dos casos a bactéria nem sobrevive ao suco gástrico.

Para que a água e os alimentos estejam contaminados com a bactéria, eles precisam ter sido expostos a fezes de animais contaminados, por isso a doença é mais comum em áreas com falta de saneamento básico ou pela falta de higienização dos alimentos antes do consumo.

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Mesmo quem mora em áreas com bom saneamento básico precisa tomar cuidado com o que vai comer fora de casa, em especial alimentos crus. Não se sabe por que, mas as pessoas de tipo sanguíneo O têm mais predisposição à contaminação. Pessoas com pouco suco gástrico também, já que a bactéria costuma morrer ao entrar em contato com uma quantidade normal de ácido estomacal.

Os sintomas que a bactéria vai provocar no organismo infectado podem começar entre 2 horas a 5 dias após a contaminação. Os sintomas variam de pessoa para pessoa, podendo ser muito leves ou muito graves. São eles:

  • Diarreia intensa e acinzentada;
  • Cólicas abdominais;
  • Náuseas e vômitos;
  • Hipotermia;
  • Desidratação;
  • Perda de peso;
  • Fraqueza;
  • Perda da voz;
  • Insuficiência renal;
  • Perda de minerais;
  • Hipoglicemia;
  • Choque hipovolêmico, que é a redução do volume de sangue.

Há vários outros sintomas decorrentes da desidratação, que acontece de forma rápida por causa da intensidade da diarreia e dos vômitos, chegando a eliminar 20 litros de líquido por dia. Por isso a pessoa deve ser levada imediatamente ao hospital e tomar soro.

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Por causa de tantas complicações, a cólera apresenta grande risco de morte, em questão de horas, conforme a gravidade dos sintomas. Como tratamento, a primeira coisa a ser feita é reidratar a pessoa com soro rico em minerais, além de antibióticos para a eliminação da bactéria.

Essas não são as únicas doenças causadas por bactérias, mas estão entre as mais graves e que vale a pena conhecer melhor para se atentar à prevenção e aos sintomas, que muitas vezes podem ser confundidos com os de algo menos sério, até que possa ser tarde demais para o tratamento adequado.

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