Ter boas noites de sono é fundamental para a saúde. Se você já sofreu com insônia, sabe muito bem disso. Muitos cientistas e pesquisadores estudam o que pode ser feito para melhorar a qualidade do sono e prevenir doenças, e as respostas vão surgindo. Dessa vez, foi apresentado um estudo sobre a relação entre doenças cardíacas e sono, mais especificamente sobre a melhor hora para ir dormir.
Doenças cardíacas e sono: qual a hora certa de ir para a cama?
O estudo em questão foi publicado em novembro, no periódico European Heart Journal – Digital Health, da Sociedade Europeia de Cardiologia. Depois de alguns anos de pesquisa, os cientistas britânicos concluíram que o hábito de ir dormir entre 22h e 23h está relacionado a um risco menor de desenvolver doenças cardíacas, se comparado a quem tem o costume de se deitar mais cedo ou mais tarde.
Esse resultado foi possível depois de a equipe de cientistas recrutar 88.026 pessoas, entre 2006 e 2010, por intermédio do UK Biobank, um banco de dados médicos usado para estudos em larga escala no Reino Unido.
Os pacientes que fizeram parte do estudo tinham entre 43 e 79 anos, e 58% eram mulheres. Para saber exatamente a que horas eles estavam indo dormir e quando acordavam, um acelerômetro foi acoplado no pulso de cada um, coletando dados por sete dias.
Para complementar a coleta de informações, os participantes responderam a questionários sobre aspectos físicos, demográficos, de saúde e estilo de vida.
Eles também foram avaliados para o diagnóstico de doenças cardiovasculares, definidas como ataque cardíaco, insuficiência cardíaca, doença cardíaca isquêmica crônica, derrame e ataque isquêmico transitório.
Ao longo dos anos em que a pesquisa ocorreu com diferentes pacientes, 3.172 deles (3,6%) desenvolveram doenças cardiovasculares.
- A incidência foi menor entre aqueles que iam dormir das 22h às 22h59;
- Já os que se deitavam antes das 22h tinham ocorrência de doenças cardíacas 24% maior;
- Nos que dormiam entre 23h e 23h59, o índice foi superior em 12%;
- Os que só iam dormir depois da meia-noite, demonstraram um risco 25% maior.
David Plans, autor de estudo e pesquisador da Universidade de Exeter, disse em um comunicado que “o corpo tem um relógio interno de 24 horas, chamado de ritmo circadiano, que ajuda a regular o funcionamento físico e mental. Embora não possamos concluir a relação de causalidade no nosso estudo, os resultados sugerem que a hora de dormir cedo ou tarde pode ter maior probabilidade de atrapalhar o relógio biológico, com consequências adversas para a saúde cardiovascular.”
Os pesquisadores concluíram que, apesar do estudo não apontar uma relação de causa e efeito entre o horário de ir dormir e o desenvolvimento de doenças cardíacas, os dados indicam que esse hábito pode atuar como potencial fator de risco.
“Se nossas descobertas forem confirmadas em outros estudos, o horário e a higiene básica do sono podem ser uma meta de saúde pública de baixo custo para reduzir o risco de doenças cardíacas”, disse Plans.
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Artigo com informações de Revista Galileu